Bragança Paulista – Os integrantes do revezamento masculino 4x100 m, bronze na Olimpíada de Pequim-2008, receberão as medalhas a que têm direito em cerimônia marcada para o dia 31 de outubro, a partir das 11 horas (de Brasília), no Museu Olímpico do COI, em Lausanne, Suíça. Bruno Lins, José Carlos Moreira (Codó), Sandro Viana e Vicente Lenílson serão premiados depois de 11 anos de espera.
O terceiro lugar da equipe brasileira foi confirmado no ano passado (2018), após Nesta Carter, que competiu no revezamento da Jamaica, ser desclassificado da competição, por exames refeitos com nova tecnologia de antidopagem. O atleta recorreu ao CAS, mas não foi atendido. Com isso, o multicampeão Usain Bolt acabou perdendo uma de suas medalhas de ouro olímpicas.
Com a desclassificação oficial, a equipe de Trinidad & Tobago, que havia sido a segunda colocada com 38.06, herdou o primeiro lugar e as medalhas de ouro. O Japão passou de terceiro para segundo, com 38.15. E o quarteto do Brasil, que fez 38.24, melhor resultado naquela temporada, ficou com o bronze.
Com a medalha do revezamento 4x100m masculino, o atletismo do Brasil passa a ter 17 pódios na história e Vicente Lenilson junta-se ao restrito grupo de brasileiros com duas medalhas olímpicas, que já tinha Adhemar Ferreira da Silva, Joaquim Cruz, Nelson Prudêncio, João Carlos de Oliveira, Robson Caetano, André Domingos e Edson Luciano Ribeiro.
Vicente já tinha uma medalha olímpica: prata em Sydney-2000, também no revezamento 4x100 m. “Não sei demonstrar direito meus sentimentos. Claro que é uma alegria imensa receber outra medalha e entrar para o grupo restrito de atletas brasileiros com duas conquistas olímpicas. Mas dá também uma tristeza pelo fato de ter demorado tanto”, disse o ex-velocista.
“A expectativa é imensa para a cerimônia. Depois de tantos anos estou ansioso. Mesmo tarde, não tem importância. O que importa é fazer parte da história nacional e mundial do atletismo, do esporte. Viajo dia 29 e acho que vai ser espetacular, até porque vou levar minha mãe e minha esposa, já que tinha direito a dois acompanhantes. Um momento muito especial desses, de cerimônia, ter as duas junto comigo... Faltam palavras para engrandecer tudo isso, mas vai ser um momento histórico, com certeza”, comentou Bruno Lins.
A cerimônia no Museu Olímpico foi escolhida pelos atletas entre outras seis opções de locais. A iniciativa visa reconhecer suas conquistas e faz parte dos novos Princípios de Realocação de Medalha Olímpica, criados pela Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Internacional (COI), e aprovado no ano passado pelo Conselho Executivo do COI.
O presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo, Warlindo Carneiro da Silva Filho, comemora. “O competir limpo é o correto, pois ganhará, na realidade, o melhor e estes atletas, Vicente Lenilson, José Carlos Moreira, Bruno Lins e Sandro Viana, fizeram por merecer esta medalha. O quanto eles treinaram e ralaram para ter esta honra. Medalhista olímpico! Só eles sabem o sacrifício que fizeram. A justiça tarda mais não falha e aí está a justiça sendo feita”, comentou Warlindo. “Os Jogos de Pequim agora têm a melhor campanha do Brasil, com três medalhas, já que conquistamos também o ouro com Maurren Maggi e bronze com o 4x100 m feminino”, concluiu.
Os medalhistas:
Bruno Lins: natural de Maceió (AL) – 7/1/1987 – ouro no Pan de Guadalajara 2011/participações nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016.
José Carlos Moreira: natural de Codó (MA) – 28/9/1983 – ouro no Pan do Rio 2007/participação nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008.
Sandro Viana: natural de Manaus (AM) – 26/3/1977 – ouro no Pan do Rio 2007 e em Guadalajara 2011/participações nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 e Londres-2012.
Vicente Lenílson: natural de Currais Novos (RN) – 4/6/1977 – ouro no Pan do Rio 2007/prata em Sydney 2000/participações nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008.
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