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Alexsandro Melo volta para Londrina para poder treinar

13.05.2020  |    21 visualizações

Bolt, como é conhecido, deixou São Paulo, onde vive, e foi morar na casa dos familiares para ter acesso a duas caixas de salto e fazer musculação. Qualificado para os Jogos de Tóquio, ele espera estar melhor em 2021 do que em 2020

Bragança Paulista – Alexsandro do Nascimento Melo, mais conhecido como Bolt no meio atlético, mudou-se de São Paulo (SP), onde mora, para Londrina (PR), cidade em que nasceu, logo que as restrições foram impostas pela pandemia da COVID-19. Foi ficar perto da família e aproveitar a possibilidade de treinar melhor na casa paranaense, de olho nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2021.

“Estou fazendo treinos de fortalecimento muscular e de coordenação motora. Tenho em casa duas caixas de salto, algumas anilhas e um colete pesado. Assim posso fazer os treinos passados pelo Neilton de segunda-feira a sábado”, disse, referindo-se ao treinador Neilton Salvador Alfano Moura.

A parada das competições deixou o saltador, medalha de bronze no salto triplo no Mundial Universitário de Nápoles-2019, com 16,57 (-1.3), triste porque havia começado muito bem a temporada 2020. “Venci o salto em distância e o salto triplo, com bons resultados, ganhando dois ouros no Campeonato Sul-Americano Indoor, em Cochabamba, Bolívia. Estava me preparando para o Mundial em Pista Coberta da China, que acabou adiado para 2021”, lembrou.

Bolt foi o destaque da delegação brasileira e da competição, realizada no início de fevereiro pela primeira vez no continente. Ele venceu o triplo, com 17,10 m, e o distância, com 8,08 m. “A expectativa era muito grande para a Olimpíada de Tóquio, mas de repente tudo parou. O foco, porém, continua igual. Quero ir a Tóquio no ano que vem em condições ainda melhores e o objetivo é lutar por medalha. Antes da Olimpíada, teremos o Mundial Indoor na China.”

Novo atleta da ADPA/CT Maranhão (MA), o paranaense conseguiu o índice olímpico para ir a Tóquio no triplo no Meeting de Sotteville, na França, com 17,20 m (2.0), em julho de 2019. Pouco antes, ainda fora do prazo de obtenção das marcas mínimas, ele saltou 17,31 (0.4) em Cochabamba, em abril. Com a marca, ele lidera o Ranking Brasileiro de 2019. É o primeiro colocado também no salto em distância, com 8,12 m (0.4).

Além dos treinos nesta época de quarentena, Alexsandro, de 24 anos, aproveita o tempo para se aprofundar nas questões escolares. Ele cursa educação física na UNG e está preparando seu TCC sobre o atletismo e saltos horizontais, acompanhando a diversas palestras do Brasil e do exterior, pela internet.

Para Neilton, o objetivo principal dos treinos realizados por Bolt é evitar uma queda mais pronunciada em seu condicionamento. “Ele é um dos atletas que estão se mantendo isolados e treinando apenas em casa. Já são oito semanas. Tenho tentado fazer com que ele cumpra os treinos adaptados para o espaço e implementos que conseguiu juntar. Tentamos controlar seu estado de treinamento com alguns testes”, comentou o treinador. Alexsandro tem também como responsabilidade, em Londrina, conscientizar a família do problema, tentando preservar a integridade de todos nos próximos meses.

O treinador espera voltar à rotina de preparação em breve. “Tenho esperança de podermos voltar aos treinos normais em 6 a 8 semanas e competir em dezembro, o que já seria preparação para os eventos indoor da temporada seguinte. O Alexsandro tem melhorado seus resultados a cada ano e o adiamento das competições, num primeiro olhar, foi vantajoso, mas o isolamento trará uma grande desigualdade de condições para a próxima temporada.”

Bolt começou a se interessar por esporte aos 13 anos, após as Olimpíadas de Pequim-2008. Uma cena em especial despertou seu desejo ao ver Maurren Maggi emocionada após a conquista do ouro no salto em distância e abraçada a seu treinador Nélio Moura (irmão de Neilton). Começou em Londrina ao acompanhar uma prima que já era atleta.

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