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Ouro olímpico de Thiago Braz faz quatro anos

15.08.2020  |    21 visualizações

A conquista da medalha no salto com vara nos Jogos do Rio-2016 foi excepcional e um dos fatos marcantes da competição. Brasileiro superou o então campeão Renauld Lavillenie e alcançou o recorde olímpico, com 6,03 m

Bragança Paulista - Em uma noite que teve chuva, vento forte, muita apreensão e, ao mesmo tempo, muita inspiração. Foi assim que Thiago Braz superou as dificuldades e conquistou a medalha de ouro na prova do salto com vara no dia 15 de agosto de 2016, há exatos quatro anos, nos Jogos Olímpicos do Rio, no Estádio do Engenhão.

Paulista de Marília, então com 22 anos, o atleta alcançou a marca de 6,03 m, novo recorde olímpico, deixando o campeão de Londres-2012, o francês Renaud Lavillenie, com a segunda colocação, com 5,98 m. O bronze foi para o norte-americano Sam Kendricks, com 5,85 m.

Com a conquista, Thiago Braz entrou no seleto grupo de brasileiros campeões olímpicos no atletismo. Ele juntou-se a Adhemar Ferreira da Silva (duas vezes), Joaquim Cruz e Maurren Maggi, que também subiram ao degrau mais alto do pódio.

Além das dificuldades naturais com a concentração numa final olímpica, o brasileiro passou por outros desgastes. Antes da prova, um forte vento tomou conta do Engenhão. Após 10 minutos do início da competição, uma forte chuva interrompeu a disputa e, para complicar mais ainda, o equipamento que muda a altura do sarrafo teve problemas. Thiago precisou esperar duas horas para dar seu primeiro salto.

Apesar de tudo isso, a prova do brasileiro foi perfeita. Ele começou a saltar em 5,65 m, marca que passou logo na primeira tentativa. Na altura seguinte precisou de dois saltos para superar os 5,75 m. Em 5,85 m começava a decisão dos lugares no pódio e restavam cinco atletas na disputa. Thiago ultrapassou o sarrafo de primeira. Nos 5,93 m teve que saltar duas vezes e até então assegurava a medalha de prata. Por fim, restavam apenas Thiago e Lavillenie, que liderava.

Em uma decisão ousada, Thiago decidiu não fazer os 5,98 m, marca que foi superada com facilidade pelo francês, e ir direito para os 6,03 m. Até então todas as metas já haviam sido atingidas. O saltador já era medalhista e superara o recorde sul-americano. Em um momento histórico para o atletismo brasileiro, Thiago superou a marca e estabeleceu novo recorde olímpico. Lavillenie não superou a barreira dos 6,03 m e terminou com a medalha de prata.

Após a prova, o novo campeão olímpico contou seus sentimentos. “Hoje quando acordei sabia que tinha condições de brigar por uma medalha, não importava a cor. Já estava satisfeito quando vi que havia conquistado a prata, mas meu treinador (Vitaly Petrov) disse para passar para os 6,03 m. Agradeço todo o apoio que tive, da minha família e dos meus patrocinadores. Foi muita dedicação, mudança de País, tudo para que este momento fosse possível”, disse o atleta, que treina em Formia, na Itália.

Nascido a 16 de dezembro de 1993, o saltador começou a treinar atletismo aos 14 anos em Marília. Antes, porém arriscou o basquete. Depois, mudou-se para Bragança Paulista e, algum tempo depois, para São Caetano do Sul.

Já nas categorias de base, Thiago foi campeão mundial sub-20 em Barcelona-2012 e medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Juventude de Cingapura-2010.

A medalha de Thiago Braz foi a única do Brasil no torneio olímpico de atletismo nos Jogos do Rio-2016.

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