Bragança Paulista - A conquista mais festejada do brasiliense Joaquim Cruz, claro, é a brilhante medalha de ouro ganha nos 800 m dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, que no dia 6 de agosto comemorou 36 anos. Neste sábado, 26 de setembro, porém, outra medalha muito importante deve ser celebrada: o aniversário dos 32 anos da prata, também nos 800 m, alcançada nos Jogos de Seul-1988.
“Verdade, quase não se fala da prata. Eu mesmo nem me lembro da data, tenho sempre que procurar, ao contrário do ouro. Vou procurar prestar mais atenção”, disse Joaquim em conversa com a Assessoria de Comunicação da CBAt. “A medalha de Seul, porém, foi muito importante. Foi resultado de muita superação. De 1984 a 1988, tive vários problemas, fiz duas cirurgias – uma de joelho e outra no tendão - e uma crise de alergia, do grau mais alto possível, acordava à noite sem poder respirar. Estava asmático”, complementou.
Joaquim Cruz lembra que o ano de 1986 não foi muito bom, por causa das lesões, justamente quando “a ficha da conquista do ouro em Los Angeles havia caído”. “A minha preparação para Seul foi interrompida pelos problemas físicos. Tive de sair de Eugene, no Oregon, e morar na costa. Tranquei a matrícula na Universidade e fiquei no litoral sem acesso à pista. Mas deu para fazer um bom trabalho e chegar à medalha. O ouro era o alvo, mas foi muito difícil. Você que esteve no topo e enfrenta problemas, tem de mudar os planos. Tive de fazer um trabalho de oito anos em apenas dois. A prata é muito especial. Valeu pelo sacrifício e pela superação”, afirmou.
Tudo isso, porém, não foi lembrado antes dos Jogos. Joaquim chegou à capital sul-coreana como um dos favoritos ao título. Ele iria defender o ouro obtido quatro anos antes, com direito ao recorde olímpico de 1:43.00, no Memorial Coliseum. Cruz fez uma ótima prova em Seul, correndo com a inteligência de sempre e com mais experiência, aos 25 anos. Nos últimos 50 m, entretanto, quando liderava, foi ultrapassado pelo queniano Paul Ereng.
Joaquim Cruz ainda teve força para chegar em segundo lugar, deixando para trás o temível marroquino Said Aouita, atleta que tinha os recordes mundiais dos 1.500 m aos 5.000 m, que queria deixar a sua marca também nos 800 m. Teve de se contentar com a medalha de bronze. O brasileiro José Luiz Barbosa, o Zequinha, companheiro de treinamento de Joaquim nos Estados Unidos, também disputou a final. Chegou a liderar a prova, mas terminou em sexto lugar.
Nascido em Taguatinga, no dia 12 de março de 1963, Joaquim era apontado também como favorito ao pódio dos 1.500 m. Acabou desistindo da prova, após polêmica ao comentar sobre o físico, e possível doping, da velocista Florence Griffith Joyner e da heptatleta Jackie Joyner. Não houve processo, mas o comentário, mesmo apoiado pela comunidade, acabou tirando o foco da competição.
Além das duas medalhas olímpicas, Cruz foi duas vezes campeão dos Jogos Pan-Americanos nos 1.500 m: em Indianápolis/1987 e Mar del Plata/1995.
Orientado desde o início da carreira pelo vitorioso treinador Luiz Alberto de Oliveira, Joaquim mostrou suas credenciais de grande atleta ao ganhar a medalha de bronze na primeira edição do Campeonato Mundial, realizado em Helsinque, na Finlândia, em 1983, aos 20 anos.
Joaquim Cruz, alguns anos antes, havia aparecido para o mundo ao vencer os 800 m no Troféu Brasil de Atletismo de 1981, no Estádio Célio de Barros, no Rio de Janeiro. Ele bateu, na oportunidade, o recorde mundial juvenil (sub-20), com 1:44.3, na cronometragem manual. O recorde vigorou por 16 anos.
Filho de um marceneiro que deixou a cidade de Corrente, no Piauí, para ajudar a construir Brasília, em 1960, Joaquim gostava de jogar basquete na infância, mas foi convencido a praticar atletismo pelo professor Luiz Alberto de Oliveira, seu único treinador em toda a carreira. No início era resistente à ideia, mas depois que começou a obter bons resultados e a viajar resolveu apostar nas corridas. Para sorte do Brasil.
Treinador da equipe de atletismo paralímpica dos Estados Unidos, Joaquim mora em San Diego, na Califórnia, com a mulher Mary Ellingson-Cruz. Tem dois filhos: Kevin e Paulo. Ele cursos línguas românicas na Universidade de Oregon, mas não concluiu por causa de mudança de cidade para combater a alergia, e é formado em educação física na Point Loma Nazarene College, de San Diego.
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