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O dia é do medalhista olímpico André Domingos

26.11.2020  |    24 visualizações

Prata nos Jogos de Sydney-2000 e bronze em Atlanta-1996, as duas conquistas no revezamento 4x100 m, o ex-velocista, com medalhas também em Campeonatos Mundiais e Jogos Pan-Americanos, comemora 48 anos nesta quinta-feira (26/11)

Bragança Paulista – Parabéns André Domingos da Silva. O paulista André Domingos, medalha de prata no revezamento 4x100 m nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000 e de bronze na mesma prova em Atlanta-1996, comemora 48 anos nesta quinta-feira (26/11) e recebe os parabéns da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), seguindo a série Aniversários, iniciada em julho, pela entidade como uma oportunidade para trazer o perfil de atletas medalhistas em Olimpíadas e Mundiais adultos.

O ex-velocista, filho de uma família humilde, teve de superar muitas dificuldades para se tornar num dos melhores atletas do País. Nascido em Santo André, no Grande ABC de São Paulo, no dia 26 de novembro de 1972, André decidiu entrar no atletismo quando viu Robson Caetano correr, junto com outros negros, e pensou que queria fazer igual.

Em live realizada pela Confederação Brasileira de Atletismo, em maio passado, André deu um grande depoimento de vida. “Passei fome, pedi esmola, tive convite para vender droga, fazer um monte de coisa errada, mas eu tinha o sonho de ser atleta. E tive muita gente que me apoiou. Minha mãe, fã número um, sempre acreditou. E sempre que olho para os meus pés, lembro de quando minha mãe chegou da casa da patroa com dois pares de tênis. Eu não tinha tênis, corria descalço e fiquei feliz para caramba”, disse o medalhista olímpico.

“Mas os tênis eram duas numerações a menos que o meu pé. Eu reclamei, falei que estava apertado e minha mãe falou algo que eu nunca vou esquecer: ‘filho, pé de pobre não tem tamanho’. Eu usei assim mesmo e hoje meus dedos têm forma de garra. Mas foram aqueles tênis que me fizeram acreditar que eu podia. Para chegar lá, tem que ter humildade e valorizar o que tem”, completou.

Na Escola Estadual Professor Tocantins, em que estudava em Santo André, o menino teve seu talento reconhecido pelo professor de Educação Física que falou com o diretor da instituição e foi recomendado para treinar no SESI da cidade. Tinha 13 anos. E lá sua vida mudou. A primeira lembrança foi ter ganhado uma cesta básica e de ter sido recebido com festa pela mãe e os irmãos. A alegria foi tão grande que percebeu que poderia mudar de vida pelo esporte.

Em Atlanta-1996, ganhou o bronze correndo ao lado de Arnaldo Oliveira, Edson Luciano Ribeiro e do ídolo Robson Caetano. Quatro anos depois em Sydney-2000 foi ao pódio com a prata, ao lado novamente de Edson, Claudinei Quirino e Vicente Lenilson. Na semifinal, Cláudio Roberto Sousa correu no lugar de Claudinei, poupado para a final dos 200 m.

Ao todo, participou de quatro Olimpíadas – estreou em Barcelona-1992, com 19 anos - e ainda foi bicampeão dos Jogos Pan-Americanos (Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003). Em provas individuais, foi bronze nos 100 m de Mar del Plata-1995 e nos 200 m em Santo Domingo-2003. No revezamento ainda foi prata no Mundial de Paris-2003 e bronze em Sevilha-1999.

A melhor marca de André Domingos nos 100m (10.06) é a terceira melhor de todos os tempos no Brasil, atrás apenas dos 10.00 de Robson Caetano, registrado em maio de 1988, e de Paulo André Camilo, que já correu 10.02, em 2018. Nos 200 m, o recorde pessoal é de 20.15.

O esporte não transformou André Domingos apenas num dos maiores vencedores do atletismo brasileiro. Ele abriu também muitas portas. Ele é professor de Educação Física e trabalha como arquiteto e urbanista em Presidente Prudente, cidade que escolheu para morar. Como membro do Programa Caixa Heróis do Atletismo, da CBAt, é também palestrante.

“O atletismo me deu muitas coisas e eu soube aproveitar as oportunidades. Trabalho bastante e vou comemorar meu aniversário ao lado da minha mãe, a dona Neide, que também mora em Prudente”, disse o grande campeão.

A Caixa é a Patrocinadora Oficial do Atletismo Brasileiro.

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