São Paulo – O paulistano Allan Wolski (Pinheiros) conquistou na tarde desta quinta-feira (10/12) a primeira medalha de ouro do Troféu Brasil Caixa de Atletismo, que será disputado até domingo (13/12) no estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, na Vila Clementino, São Paulo. Ele venceu a prova do lançamento do martelo, com 66,01 m, comemorando o tricampeonato da competição.
Por causa dos protocolos sanitários, não é permitida a presença do público no estádio. As provas, no entanto, podem ser acompanhadas pelos fãs do atletismo pela internet, na plataforma streaming do Canal Atletismo da TVNSports no link:
https://canalatletismo.tvnsports.com.br/
A TV a cabo BandSports, que normalmente exibe competições da Liga Diamante de Atletismo e vai transmitir os Jogos Olímpicos de Tóquio, transmite parte da etapa. Nesta sexta-feira (11/12) exibirá o torneio entre 14:30 e 17 horas.
A participação de Allan Wolski, porém, não foi fácil. Ele sofreu uma lesão no joelho direito na semana passada e submeteu-se a tratamento intensivo para poder competir – deu apenas um lançamento. Dos mais de 73 metros que estava fazendo nos treinamentos, teve de contentar-se com os 66,01 m. “Foi muita alegria poder vencer mais uma vez, ainda mais com todos os problemas enfrentados na pandemia durante a preparação e agora com a contusão” disse Allan, de 30 anos, que comemorou chorando com o treinador Ricardo de Souza Barros.
Finalista no Mundial Militar de Wuhan, na China, no ano passado, ele estava determinado a brigar pelo índice olímpico. Por isso, tirou apenas uma semana de férias após a competição chinesa pra recomeçar a temporada em melhor forma. Pena que a pandemia fechou os locais de treinamento e nem na praia conseguiu fazer lançamentos, impedido pelas limitações impostas pelo combate à transmissão do novo coronavírus.
Ex-catador de latinha e de papelão, quando tinha por volta de 10 anos, e ex-feirante acostumado a carregar sacos de batata de 60 kg nas costas, Allan abraçou o esporte. Começou no Centro Olímpico, onde voltou a treinar há três semanas, quando a reformada pista foi liberada. Faz musculação no Pinheiros, o seu clube. Nas horas vagas, trabalha na reforma de sua casa em Diadema (SP), usando o mesmo carrinho dado pelo avô há 20 anos, quando catava latinha, ferro e papelão, agora para transportar entulho da obra. Agora, torce para sarar do problema no ligamento medial colateral sem cirurgia. “Quero voltar logo aos treinos e buscar a vaga olímpica”, completou.
Luís Gustavo Aguiar e Ralf Rei Airton de Oliveira, ambos da Orcampi, ficaram em segundo e em terceiro lugares, com 64,58 m e 63,39 m, respectivamente.
No feminino, a vitória foi de Mariana Grasielly Marcelino (IEMA), que conquistou o hexacampeonato do Troféu Brasil Caixa, com 63,73 m. Ela melhorou a sua marca no ranking brasileiro, que era de 63,29 m. “Fiquei muito feliz com mais uma vitória. Estava oscilando muito nas últimas competições, por causa das dificuldades de treinamento na temporada”, lembrou a atleta. “Ainda mais que passei a treinar este ano com o João Paulo Alves da Cunha, sendo orientada pessoalmente também pelo Wagner Domingos”, disse, referindo ao Montanha, recordista brasileiro e sul-americano do martelo.
Mveh Viviane Jeane de Dieu Gracielle (Sogipa) ficou com a medalha de prata, com 59,86 m, seguida de Kerolayne Camila da Silva (Projeto Atletismo Campeão), com 54,62 m.
Nos 10000 m, Jenifer do Nascimento Silva (Pinheiros) conseguiu o melhor tempo da temporada, com 34:20.64, assumindo a liderança do ranking brasileiro e sul-americano. Ela forçou o ritmo desde o início, ganhando por mais de uma volta de diferença para Joziane Cardoso (IPEC), segunda colocada com 35:52.95. “Me senti muito bem na prova, recuperada de uma lesão e da falta dos treinos causada pela pandemia”, disse a atleta, que treina com Claudio Castilho. “Consegui encaixar bem o ritmo”, completou. Graziele Zarri (Pinheiros) ficou em terceiro lugar, com 36:05.64.
Daniel Ferreira do Nascimento (ABDA Atletismo) venceu os 10.000 m masculino com 29.32.61. Gilmar Silvestre Lopes (UFJF) ficou com o segundo lugar, com 29.37.28, seguido pelo irmão gêmeo Gilberto Silvestre Lopes (Pé de Vento- Petrópolis), com 29.59.15. "Estou superfeliz porque esse é o meu segundo título do Troféu Brasil - o primeiro foi em 2017. Queria uma marca melhor, mas ainda vou correr o Brasileiro Sub-23 (em Bragança Paulista, dias 17 e 18)", disse Daniel, que quer o índice olímpico numa prova de fundo, que pode ser até a maratona.
Paulo André faz 10.16 nos 100 m - Na manhã desta quinta-feira (10/12) não foi realizada nenhuma final. Apesar disso, sobrou emoção. Nas eliminatórias dos 100 m masculino, por exemplo, Paulo André Camilo de Oliveira (Pinheiros) venceu a primeira série com 10.16 (0.8), assumindo a liderança do ranking sul-americano de 2020. “Fiquei muito feliz com o resultado. Embora esteja treinando para a temporada 2021, a velocidade está nas minhas pernas”, disse Paulo André. “O objetivo é buscar o tetracampeonato do Troféu Brasil.”
Nas eliminatórias dos 100 m feminino, Vitória Rosa (Pinheiros) obteve o melhor resultado, com 11.32 (-0.1). As semifinais das duas categorias serão na tarde desta sexta-feira (11/12), com as finais logo em seguida, a partir das 16:20.
Nas semifinais dos 400 m, Tiffani Marinho (Orcampi) conseguiu o melhor resultado no feminino com 53.53. Já no masculino Lucas da Silva Carvalho (FECAM/ASSERCAM) completou a prova em 45.68. As finais serão na manhã desta sexta-feira, a partir das 10:30.
No heptatlo, após as quatro primeiras provas, a liderança é de Raiane Vasconcelos Procópio (AABLU), com 3.361 pontos, seguida de Jenifer Nicole Vieira Norberto (Pinheiros), com 3.277, e de Tamara Alexandrino (AEFV), com 3.273 pontos.
Na classificação geral por clubes, a liderança é do Pinheiros, com 39 pontos. A Orcampi está em segundo lugar, com 23 pontos, seguida do IEMA, com 18 pontos.
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