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Hoje é o dia do bicampeão mundial Duda

25.12.2020  |    37 visualizações

Mauro Vinícius Hilário da Silva, que completa 34 anos neste dia 26 de dezembro de 2020, é o homenageado na série Aniversários da CBAt que relembra as conquistas do bicampeonato mundial de 2012 e 2014 no salto em distância

Bragança Paulista - Parabéns a você Mauro Vinícius Hilário da Silva, Duda, que foi bicampeão mundial indoor no salto em distância, títulos conquistados em 2012 e 2014. Duda completa 34 anos neste dia 26 de dezembro de 2020 e é o personagem da série Aniversários, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), criada para homenagear medalhistas olímpicos e em mundiais. Além dos títulos, a melhor marca de Duda é 8,31 m (1,4 m/s), obtida em São Paulo (7/6/2013). Foi 7º na Olimpíada de Londres-2012 e 5º no Mundial de Moscou-2013.

Com apenas 21 anos e há quatro na prova, obteve a vaga olímpica para os Jogos de Pequim-2008, ao marcar 8,06 m. Nesta primeira experiência olímpica, Duda disputou a qualificação, saltou 7,75 m.

Duda tem uma história de superação no atletismo. Antes do primeiro título mundial indoor, conquistado em Istambul, na Turquia, Duda enfrentou uma lesão grave. No fim de 2010, havia sofrido rompimento do ligamento cruzado do joelho direito e teve que operar. Fez uma cirurgia em fevereiro de 2011 e até achou que não iria mais saltar. Sete meses depois, em 24 de setembro, saltava 8,27 m – índice para o Mundial Indoor de Istambul.

Na Turquia, Duda não era conhecido. Mas, já na qualificação, saltou 8,28 m e passou à final em primeiro lugar, com a melhor marca do Ranking Mundial Indoor na temporada e recorde brasileiro - pulverizou sua própria marca indoor, que era de 8,04 m, de Linz (AUT), de 2009.

O título veio em 10 de março de 2012. Duda saltou 8,23 m duas vezes na final para levar o ouro do Brasil em um Mundial Indoor no salto em distância. Na briga por medalha, Duda fez 7,73 m no primeiro salto, queimou os dois seguintes e marcou 7,77 m na quarta tentativa. Assumiu a liderança da prova, com o salto de  8,23 m na quinta chance, superando o russo Aleksandr Menkov. Repetiu a marca no último salto, também obtida pelo australiano Henry Frayne – ficou na frente pelos critérios de desempate.

Disputou a Olimpíada de Londres-2012, saltou 8,01 m e foi o sétimo colocado (saltou 8,11 m na qualificação). Em 2013, qualificou-se para o Campeonato Mundial de Moscou com seu recorde pessoal e brasileiro: 8,31 m. Na competição russa fez 8,24 m e ficou em quinto lugar.

No início de 2014, Duda mudou de São José do Rio Preto para São Caetano do Sul e sofria com lesões na coxa e no calcâneo. Foi para Sopot, na Polônia, sem­ saber se conseguiria defender o título conquistado dois anos antes.

O bicampeonato mundial no salto em distância de Duda veio em 8 de março de 2014. Duda saltou 8,28 m, para repetir o título e igualar o seu próprio recorde brasileiro, que havia conquistado em Istambul-2012, tornando-se o primeiro bicampeão mundial indoor do Brasil.

O salto do título foi o da sexta e última tentativa – até então, era o quinto colocado, com 8,06 m – numa prova com muita emoção, como já havia ocorrido na etapa de qualificação, quando conquistou a marca para disputar a final no último salto, com 8,02 m.

E num clima de superação: lesionado chegou ao Mundial sem ritmo de competição, que foi adquirindo ao longo da disputa. “Todos os momentos da minha carreira foram importantes, mas o bicampeonato foi o mais marcante porque eu estava machucado, não conseguia nem saltar nos treinos. Saltei 8,28 m! Foi muito especial, fiz algo inédito tendo uma superação muito grande”, relembra Duda.

Nas duas conquistas dos títulos mundiais Duda teve ao seu lado o treinador Aristides Junqueira, o Tide, que morreu em fevereiro de 2018 depois de décadas de dedicação ao atletismo.

Após ouvir o Hino Nacional, Duda voltou no tempo. Dedicou o bicampeonato ao pai, Mauro José, falecido em 2005. Lembrou que o pai era o responsável por ter optado pelo esporte. E também lembrou de Claudinei Quirino, seu ídolo no atletismo­­, medalhista olímpico de quem ganhou seu primeiro par de sapatilhas, para substituir os tênis de futsal.

Quando era menino Duda queria ser jogador de futebol. Em campo, era veloz e chegou a fazer parte da escolinha do São Paulo FC, em Presidente Prudente, São Paulo. Jogou futebol até os 16 anos, mas corria muito – os professores acharam melhor direcionar o menino de boa explosão muscular para o atletismo.

Duda, apelido dado pela avó, fez seu primeiro teste nas pistas e se destacou pela velocidade. Começou a treinar 100 m e 200 m e, após nova avaliação, passou para o salto em distância. Tinha 17 anos, saltou 6,63 m. Sempre contou com o apoio da família, especialmente da mãe Iza que sonhou com o filho na Olimpíada.

Duda anunciou o fim de sua carreira no início de fevereiro de 2020, por meio de suas redes sociais, após uma carreira de 16 anos e que passaria a se dedicar a outros projetos, dentre eles o Programa Caixa de Apoio aos Heróis do Atletismo - ações de engajamento e de resgate da cidadania, eventos, seminários e palestras. Duda, que sempre tocou cavaquinho, um de seus talentos fora das pistas, vive com a mulher Giovana e o filho Gael em São José do Rio Preto, São Paulo.

"Criamos essa série para homenagear os nossos heróis. São atletas que representaram bem o nosso esporte e que tantas glórias trouxeram para o Brasil", afirma o presidente do Conselho de Administração da CBAt, Warlindo Carneiro da Silva Filho, que parabeniza Duda.

A Caixa é a Patrocinadora Oficial do Atletismo Brasileiro.

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