Bragança Paulista - A velocista Ana Claudia Lemos da Silva (Mampituba/Criciúma-SC) participou do camping do revezamento do 4x100 m feminino realizado em Bragança Paulista, São Paulo (28 a 31/1), pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB), e está otimista com as suas possibilidades e das provas de velocidade para a temporada olímpica de 2021. A cearense volta para a seleção brasileira depois de uma ausência de três anos atrapalhados por lesões e quer retomar o nível do último ciclo, pelos índices nas provas individuais e a vaga no revezamento.
“Foi um ciclo olímpico bem complicado e minha última participação na seleção em 2017, no Mundial de Londres. Minha expectativa é obter o índice nas provas individuais, estar dentro do revezamento e concretizar um sonho: ir para a quarta Olimpíada com chances e em busca da medalha. Se eu chegar a minha melhor forma, contando com a Rosangela Santos e a Vitoria Rosa, que têm resultados bem expressivos, e com o potencial das mais novas é possível, mas também não é fácil. É necessário trabalho duro e estou fazendo a minha parte”, resumiu Ana Claudia.
Ana Claudia teve muitas lesões musculares nas pernas – posterior e panturrilha – e em 2018 rompimento do tendão de Aquiles esquerdo, sem conseguir dar sequência aos treinamentos. Quando voltava à boa forma viu a paralisação da temporada de 2020 por causa da COVID-19 e na semana do Troféu Brasil, em dezembro, enfrentou uma contratura muscular.
Mas o seu objetivo principal agora é buscar os índices nos 100 m e nos 200 m, 11.15 e 22.80 são os números que persegue. “Tenho de voltar a competir e voltar ao meu nível do ciclo passado. E depois pensar em avançar um degrau a mais, mas primeiro é competir e competir pelo índice.”
O treinador Katsuhico Nakaya aposta na volta da Ana Claudia, que é treinada por ele individualmente, ao revezamento 4x100 m do Brasil que busca vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio. “O único empecilho que tivemos nos anos anteriores foram as contusões que se sucederam após a lesão grave que ela teve no tendão de Aquiles”, comenta. Observou que nesta temporada a velocista está treinando muito bem, está forte e conseguindo se recuperar de um treino para o outro. “Estamos otimistas. Em condições normais, se não houver nenhum contratempo com lesões, tem tudo para estar na equipe.”
Nakaya já vislumbra um revezamento muito forte com Ana Claudia correndo pelo menos para 11.15, 11.20, integrado ainda pela experiente Rosangela Santos, que está fazendo a temporada indoor na Europa, e por Vitoria Rosa – que também está qualificada para a Olimpíada nos 200 m – e mais uma outra velocista da jovem geração. Lorraine Martins e Ana Carolina Azevedo são candidatas para a vaga, assim como Bruna Farias, Andressa Moreira Fidélis, Gabriela Mourão e Vida Aurora Caetano. “E se eu tiver esse grupo podemos fazer ‘alguma graça’”, diz Nakaya com otimismo.
O treinador entende que o Brasil tem duas boas oportunidades de qualificação olímpica, o Mundial de Revezamentos de Silesia, previsto para 1 e 2 de maio, na Polônia, e o Sul-Americano, ainda sem data e local confirmados. “Temos tudo para ser finalista no Mundial de Revezamentos. Estou preocupado com a performance individual de cada uma. Pelo que tenho observado se tudo transcorrer bem essa geração tem a possibilidade de bater o recorde sul-americano", afirma Nakaya.
O treinador observa que apesar dos contratempos no último Mundial o Brasil correu 42.64 e com as performances individuais aquém do que cada uma pode fazer. "Se em 2021 o grupo tiver cada uma em seu nível ideal pode correr abaixo de 42.29 (recorde da equipe do Brasil obtido em Moscou-2013, com Ana Claudia e Rosângela, mais Evelyn Santos e Franciela Krazucki)”, completa Nakaya.
Ana Claudia, de 32 anos, concorda com o treinador e acha que o grupo tem condições de conseguir melhorar a marca continental. “Não tenho dúvida que isso é possível, se estivermos em nosso melhor. É questão de encaixar uma boa competição. É um grupo que mescla atletas como eu e a Rosangela e jovens de duas gerações.”
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