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I Conferência de Liderança de Gênero CBAt 2021

15.05.2021  |    30 visualizações

Comitê Feminino aborda o aumento da participação feminina na modalidade, em sintonia com movimento mundial criado pela World Athletics na direção de ter mais mulheres nas posições de comando e liderança

Bragança Paulista - O Comitê Feminino da Confederação Brasileira de Atletismo realizou neste sábado (15/5) a I Conferência Brasileira de Liderança de Gênero CBAt 2021, um movimento iniciado pela World Athletics em 2017 na direção de aumentar a presença das mulheres nas posições de comando e liderança nas federações, associações e na própria entidade (o objetivo é chegar aos 50% em 2027).

Elisângela Maria Adriano, que participa do programa de liderança de gênero da WA desde 2019, coordenadora do Comitê Feminino da CBAt, abriu e conduziu o evento. Rita de Cássia de Jesus, Esmeralda de Jesus Freitas e Maria Magnólia Figueiredo, membros do Comitê Feminino, tiveram participação importante na Conferência, realizada de forma virtual.

A medalhista olímpica Ximena Restrepo, vice-presidente da WA, elogiou o Comitê Feminino e a CBAt por disseminar o programa de liderança de gênero. Observou que só chegou a vice-presidência da WA por causa da posição do presidente Sebastian Coe "por mais mulheres presentes" e atuantes. Disse que no mundo há um abismo no número de homens treinadores e árbitros em comparação com o de mulheres, para ressaltar que é importante capacitar mulheres nessas e em outras áreas de atuação no esporte.

A dirigente da WA anunciou que a última prova do Campeonato Mundial de Oregon-2022, nos Estados Unidos, será o revezamento 4x400 m feminino, e não o revezamento masculino como ocorre nos programas de competições. "Na pista, homens e mulheres são iguais para a WA, ganham os mesmos prêmios", frisou a colombiana Ximena Restrepo, medalhista de bronze nos 400 m em Barcelona-1992 e que atualmente vive no Chile. 

Ximena Restrepo pediu que as mulheres sejam generosas quando ascenderem a posições de liderança. "Não é um conflito entre homens e mulheres. Não podemos ver isso como uma luta de poder, mas como um trabalho conjunto por objetivos comuns."

Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da CBAt, fez a abertura da Conferência e saudou as integrantes do Comitê Feminino "por essa iniciativa fantástica, que vai ao encontro do que a World Athletics está promovendo e a Sul-Americana fomentando. A igualdade de gêneros é um pré-requisito indispensável para o desenvolvimento do atletismo", afirmou.

Disse que a CBAt possui mulheres em posições de destaque - citou a medalhista olímpica Rosemar Coelho Neto, que integra o Conselho de Administração, "em nome de todas as mulheres gestoras" que estão no Conselho Fiscal, Conselho de Ética e na Comissão de Atletas, que terá mais mulheres (5) do que homens (4) até 2025. "Isso mostra uma transformação cultural mais do que necessária", acrescentou Wlamir ao ressaltar também que o Comitê Feminino terá posição de destaque na gestão e orçamento próprio para realizar suas ações e eventos.

O coordenador técnico da CBAt Domingos Pandeló agradeceu o convite dizendo que as mulheres têm papel importante a desempenhar. "No esporte, ainda existe uma participação maior de homens e todos nós vamos mudar esse quadro", comentou.

O evento teve a participação da palestrante Elisete Leite Garcia, terapeuta de família e casal, psicóloga e comunicadora social, que ressaltou a importância do "autoconhecimento para ter voz e pensamento autônomo". A medalhista olímpica Rosemar Coelho Neto (bronze com o 4x100 m, em Pequim-2008), treinadora e integrante do Conselho de Administração da CBAt, trouxe a sua história. Contou que viu "o esporte como oportunidade de vida e por seus sonhos e trabalho chegou a medalha olímpica, a ser treinadora e gestora de uma equipe". Disse que para se capacitar foi a universidade e ficou "na fila do curso do COB (Comitê Olímpico do Brasil)", testemunhou que trabalha com homens no atletismo e se sente respeitada e valorizada.

Divididas em salas de discussão 44 mulheres responderam a duas questões: onde estamos e onde queremos estar em cinco anos? A importância da capacitação foi o tema mais recorrente. Nos grupos, as mulheres falaram da necessidade de preparação, de buscar formação e aperfeiçoamento como árbitras, treinadoras, fisioterapeutas, professoras, gestoras, psicólogas, massoterapeutas etc; de concluir a universidade, fazer mestrados e doutorados; sobre como enfrentar processos de aposentadoria ou mudanças com reciclagem, mais conhecimento em tecnologia e em comunicação, dentre outros temas. Apontaram a necessidade de ter 'redes de apoio', incluindo as federações e a CBAt, e mais espaços no esporte.

Os grupos tiveram coordenação de Rita de Cássia de Jesus (SP), Esmeralda de Jesus Freitas (SP), Maria Magnólia Figueiredo (RN), Gizelly Coelho Guedes (AP), Solange Cristina Muniz (DF), Martina Kroll Lindemayer (RS), Joana Costa (SP), Penelope Nobrega (RN), Inês Ribeiro (PA), Maila Machado (SP) e Sonia Ficagna (CE). 

Elisângela Adriano encerrou pedindo que as federações repliquem o mesmo tipo de encontro em seus Estados, de forma a levar o tema a todas as regiões do Brasil. "A ideia foi 'provocar' e a provocação foi feita. O trabalho é para que tenhamos cada vez mais mulheres no atletismo."

Wlamir Motta Campos participou de todo o evento e encerrou dizendo que a CBAt está em absoluta sintonia com as mulheres. "Pegaremos esses apontamentos que foram colocados aqui para atuarmos em conjunto. Vamos buscar cada vez mais a formação e a democratização do conhecimento. Eu e você não estamos no atletismo, nós somos atletismo", disse Wlamir. 

A íntegra da I Conferência está no facebook do Comitê Feminino da CBAt

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