Bragança Paulista – Cinco anos após a histórica medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, Thiago Braz da Silva voltou a figurar entre os maiores atletas do Brasil na Olimpíada de Tóquio, superando as dificuldades encontradas nas temporadas anteriores. O paulista de 27 anos conquistou o bronze na prova do salto com vara na manhã desta terça-feira (3/8), no horário de Brasília, no Estádio Olímpico do Japão. Foi a 19ª medalha do atletismo brasileiro em Olimpíadas (5 de ouro, 3 de prata e 11 de bronze).
Thiago obteve a marca de 5,87 m, a melhor da temporada de 2021. O sueco Armand Duplantis confirmou o seu favoritismo e saltou 6,02 m para levar o ouro. Ainda tentou bater o próprio recorde mundial de 5,18 m, mas não conseguiu ultrapassar 5,19 m. A prata ficou com o norte-americano Cristopher Nilsen, com 5,97 m, recorde pessoal.
Foi a 19ª medalha do atletismo brasileiro em Olimpíadas (5 de ouro, 3 de prata e 11 de bronze).
“Há três dias eu sonhei que pegava o bronze e não fiquei contente no sonho porque eu queria o ouro. Mas estou feliz com o bronze”, contou Thiago Braz, logo após o encerramento da prova. “Nada foi fácil para mim nos últimos cinco anos, com muitos altos e baixos, mas me superei e estou trazendo uma medalha com toda a felicidade e orgulho no peito", disse Thiago. "Tudo foi importante, minha família, minha esposa, meu treinador, meu avô que faleceu no ano passado e o orgulho de ser brasileiro. A classificatória não foi fácil, fiquei com medo de ficar fora por causa da cãimbra - aconteceu isso comigo em Doha, no Mundial. Poder voltar com a medalha para casa é um sonho."
O atleta nascido em Marília disse que ganhou confiança durante a prova. “Na realidade, eu tinha uma certeza interna que com 5,87 m era medalha. O Lavillenie não estava bem porque se machucou e estava tentando se superar. Mesmo assim, se precisasse saltar mais eu teria de saltar”, comentou, referindo-se ao francês Renaud Lavillenie, que acabou em oitavo lugar, com 5,70 m.
Mesmo feliz com o segundo pódio olímpico, Thiago lembra que nada foi fácil em Tóquio. “Na qualificação eu tive cãibra nas duas panturrilhas, a gente tratou e hoje a direita ainda estava doendo, tive de controlar a corrida. Mas os sinais foram acontecendo como se fosse tudo prosperando para as coisas acontecer”, disse. “Um amigo me trouxe uma blusa da China e na etiqueta estava escrito em inglês ‘Open your heart’ (Abra seu cpração), minha família, meus amigos me incentivando, falando que eu podia ir bem. Eu estou muito grato, muito contente por voltar a pegar um pódio olímpico. Hoje por um erro muito bobo não saltei 5,92 m, me fez perder a prata. mas estou feliz.”
Thiago começou a competição ao saltar 5,55 m na primeira tentativa. Acertou 5,70 m e 5,80 m no segundo salto. Já nos 5,87 m passou de primeira, superando a sua melhor marca anterior deste ano de 5,82 m. Não conseguiu superar 5,92 m.
Thiago disse que a segunda medalha olímpica dá confiança. "Tem um cara lá em cima, que é Deus que me ama e me ajuda a romper limites. Eu amadureci. Esse ano foi melhor, um ano mais constante e eu tinha esse desejo de buscar essa constância, sem altos e baixos. Estou num bom caminho", frisou.
Darlan na final - Em sua estreia na Olimpíada de Tóquio, o catarinense Darlan Romani não teve dificuldades para assegurar participação na final do arremesso do peso, prevista para as 23:05 desta quarta-feira (4/8) no horário de Brasília. O brasileiro atingiu a qualificação em sua segunda tentativa, quando obteve a marca de 21,21 m, ficando em segundo lugar no grupo A. O primeiro colocado foi o neozelandês Tomas Walsh, com 21,49 m.
Darlan mostrou alívio e emoção após ter muitas dificuldades na temporada. Com casos de COVID na família – ele mesmo foi contaminado pelo vírus - e ter enfrentado uma hérnia de disco. “Foi muito difícil. Foi um susto pra gente, minha mãe e meu irmão passaram pela COVID, eu acabei passando também. Mas a gente corre atrás e hoje é mais um passo que a gente está dando, o de estar numa final olímpica”, disse o atleta de 30 anos, quarto colocado no Mundial de Doha-2019. “Podem ter certeza que vou dar os meus 200%.”
Darlan aproveitou a entrevista dada à SporTV para mandar recados. “Quero mandar um beijo para a Sara, minha esposa, que faz aniversário e deve estar se derramando em lágrimas”, disse sobre os 30 anos da ex-atleta do salto com vara. Aproveitou para fazer um “coraçãozinho” para a filha Alice e falar com a torcida. “Dia 5 (no Japão) todo mundo pode assistir e mandar energia positiva para a final. O que depender de mim pode ter certeza que estou 200% aqui.”
Nesta etapa foram disputadas também as eliminatórias dos 110 m com barreiras. O mineiro Rafael Henrique Pereira e o carioca Gabriel Constantino passaram às semifinais, que serão disputadas a partir das 23 horas desta terça-feira (horário de Brasília).
Rafael ficou em terceiro lugar na série 4, com 13.46 (-0.2), garantindo vaga direto, já Gabriel entrou pelo tempo ao ficar na quinta colocação na série 1, com 13.55 (0.0). O paulista Eduardo de Deus não se classificou. Ele foi oitavo na quinta série, com 13.78 (-0.1).
“Resolvi fazer uma prova agressiva porque a série tinha atletas com resultados mais fortes na temporada do que o meu. Gostei do tempo, um bom começo. Só que eu preciso, para ir a final, acertar alguns detalhes técnicos”, comentou Rafael. “Preciso de uma corrida agressiva e técnica. É minha primeira Olimpíada e primeira competição desse nível adulto.”
Já Gabriel mostrou-se feliz também. “Minha vitória foi ter entrado na pista e ter realizado a prova. Há uma semana tive um estiramento e contei com o apoio de toda a equipe médica para voltar. Foi emocionante porque até ontem eu estava pensando se entraria. E estou sendo feliz hoje. Eu sonhei com isso. Em 2016 fiquei fora por três centésimos”, lembrou
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