Bragança Paulista - Thiago Júlio Souza Alfano Moura, nascido em São Paulo, em 27 de novembro de 1995, é atleta do salto em altura, uma das provas mais plásticas do atletismo. Ele salta desde os 13 anos, foi o personagem e contou sobre sua história e seus objetivos em uma das lives da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) que traz integrantes da Seleção Permanente Loterias Caixa, patrocinadora máster do atletismo brasileiro, para os fãs, a comunidade e a imprensa.
Reproduzimos o conteúdo nesta entrevista em que Thiago destaca o fato de ter sido criado na pista de atletismo – “as arquibancadas e o pódio do Ibirapuera já foram o meu playground” – e a vontade de disputar “todos os campeonatos” importantes do ciclo olímpico como o Mundial de Oregon, nos EUA, em 2022, o Pan-Americano de Santiago, Chile, em 2023, e os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Fala ainda de sua paixão pelo basquete, o salto triplo, prova que já deu ao Brasil seis medalhas olímpicas.
Thiago tem uma história única. Treina com o pai Neílton Moura, ex-atleta e treinador de atletismo – atuou nas edições dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020. Sua mãe foi atleta também. É sobrinho de Nélio Moura, técnico campeão olímpico com Maurren Maggi e o panamenho Irving Saladino, ambos no salto em distância.
Saltou 2,28 m em junho de 2021, ocupa o segundo lugar no Ranking Brasileiro – com um centímetro de diferença para Fernando Ferreira. Se qualificou para os Jogos Olímpicos de Tóquio pelo Ranking de Pontos e entrou para a história do atletismo como atleta olímpico do salto em altura.
CBAt – Você diz que nasceu em frente ao Centro Olímpico e que foi criado dentro das pistas de atletismo desde menino, tem uma família totalmente ligada ao atletismo? Isso é bom?
Thiago – Sim, muito bom. Eu fui criado na pista da Ponte Grande, de Guarulhos, do Ibirapuera, e da USP também, quando havia o Projeto Xerox. Cresci vendo a história do nosso esporte acontecer. Vi boa parte da história de atletas como Maurren Maggi, Jadel Gregório, Anísio Silva... Em muitas edições do Troféu Brasil ou dos Grand Prixs, no Ibirapuera, ou no Célio de Barros, no Rio, eu ficava esperando pelos meus pais e enquanto estava rolando a competição eu assistia, ficava com outros atletas, pedia dinheiro pra comprar doce e ficava brincando nas arquibancadas – era o nosso playground. Eu e meus primos... a gente brincava no pódio e nas arquibancadas do Ibirapuera muitas vezes.
CBAt – O Neílton passou a treinar você depois dos seus 17 anos. E disse que a bronca começa na pista e vai até a hora de dormir. Como vocês lidam com isso, com essa relação pai-filho?
Thiago Moura – É uma relação diferente. Você trabalha com a pessoa 24 horas e convive com seu pai 24 horas. Mas é incrível poder dividir sua carreira com a pessoa que é a mais próxima de você, seu pai... e minha mãe, que também faz parte da equipe. Não teria melhor pessoa do mundo para estar ali.
CBAt - Qual o conselho mais legal que você recebeu de seu pai-treinador até hoje?
Thiago Moura – Eu tinha 15 anos e não sabia se ia me classificar para o Brasileiro Interseleções – tinha que ficar entre os 10 do ranking. Eu queria competir e vencer, mas eu não tinha a mentalidade que tenho hoje sobre os treinos, o esforço que é necessário. E ele me falou: ‘Se você quer ser bom, se realmente quer fazer diferença, você vai ter de treinar muito, mas muito mais.’ Eu coloquei isso na cabeça, comprei a ideia e até hoje sigo esse conselho: ‘de ser a versão melhor do que posso ser de mim mesmo’. Seja a melhor versão de você mesmo.
CBAt – Em 2020/2021 apesar da pandemia e dificuldades que os atletas tiveram você viu crescer as suas marcas. Foi campeão do Troféu Brasil em 2020 com 2,27 m – começou o ano com 2,22 m e terminou com 2,27 m. Em 2021 saltou 2,28 m, e se qualificou para a sua primeira Olimpíada pelo Ranking de pontos. Dá para evoluir mais?
Thiago Moura – A pandemia foi conturbada e muita gente me perguntava... saltei 2,26 m no sábado em Bragança e na quarta ou quinta seguinte foi decretado o lockdown quando eu estava me programando para ir buscar pontos no exterior. Não havia sido ainda adiado os Jogos, mas quando fiquei sabendo que seria em 2021 eu pensei em trabalhar. Trabalhei por mais de cinco meses na laje da minha casa, fiz de tudo o que eu podia, menos salto. E pós-quarentena voltei, venci o Troféu, continuei saltando alto e terminei a temporada no JUBs saltando 2,27 m de novo. Pode ter certeza que vou melhorar e no ano que vem tem coisa melhor vindo por aí...
CBAt – Você descreveu os Jogos Olímpicos de Tóquio como uma experiência transformadora. Disse que o clima de Olimpíada, mesmo sem público, é único. Fala dessa sensação.
Thiago Moura – A corrida pela vaga foi extremamente intensa. A gente só conseguiu ter certeza dois dias depois de fechar o Ranking. Só no dia em que entrei no avião caiu a ficha de que iríamos para o Japão – dois voos, muito longos, parecia não ser verdade. Muitos protocolos na chegada, exaustivo. Mas assim que recebi o uniforme, vi que estava lá, que era real, aí a ficha caiu. Uma das melhores sensações foi no dia em que chegamos na Vila, vendo de Nadal (o tenista Rafael Nadal) a Bromell (o velocista norte-americano Trayvon Bromell), a galera da NBA e da Diamond League. E você não foi assistir apenas, é um deles! Sobre a competição, de entrar no estádio, mesmo vazio, a magia é diferente, é o degrau mais alto de uma competição. É mágico saltar com todo aquele pessoal forte.
CBAt – Você participou do JUBs, os Jogos Universitários Brasileiros, em Brasília. Ganhou o salto em altura, com 2,27 m, sua segunda melhora marca pessoal, estabeleceu recordes. Fez amigos, competiu com amigos. Como foi essa vivência?
Thiago Moura – Eu sempre quis competir no JUBs, mas quando fiz a graduação não tinha Atlética – foi criada logo depois que eu me formei. Eu entrei para um curso de pós-graduação na Universidade de Guarulhos e dessa vez pude competir. Meus pais tinham competido no JUBS e eu queria competir no JUBs. Treinei firme até o dia da minha prova. Eu não fui para brincar. E foi legal conhecer atletas do Nordeste, Centro Oeste, Norte, que vinham falar sobre os treinos, a prova. Nós, eu o Aleksander Melo, do distância e triplo, ajudamos os atletas, fizemos amigos. Foi uma experiência incrível juntos.
CBAt – Já começou a temporada de 2022 para você? Teve férias depois da Olimpíada, retomou quando, está em que fase dos seus treinamentos? E o que está visando: Mundial de Oregon, Pan de Santiago, Jogos Olímpicos de Paris-2024?
Thiago Moura – Fiquei três semanas me recuperando, de molho, pós-Olimpíada, depois voltamos jogando basquete e com um trabalho de base que começou há dois meses. Estamos trabalhando firme e forte. As competições? A gente quer tudo, o que tiver eu quero ir. Em 2014 eu era juvenil e não consegui ir ao Mundial. Então, é pessoal ir para o Mundial. E também para o Pan e Olimpíada. Eu quero melhorar minhas marcas, ir para competições maiores, participar do circuito mundial.
CBAt – Você contou que estava jogando basquete como parte de sua preparação. E disse que o basquete é uma de suas paixões. E também se declarou um apaixonado pelo salto triplo.
Thiago Moura – Adoro esporte e tenho grande apreço pelo basquete. Acompanho fervorosamente e tenho meus times do coração, o Miami, os Bulls, os Lakers, tenho meus jogadores favoritos, meu irmão mais novo, o Matheus, joga basquete. Acompanho sempre que dá e a gente joga de vez em quando lá em Guarulhos. E o salto triplo foi um dos primeiros amores que tive no atletismo. Também gosto de conhecer a história, principalmente do nosso esporte. E o salto triplo em nosso País é um dos pilares no atletismo nacional. Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudência, João Carlos de Oliveira, Anísio Silva, Jadel Gregório meu pai fez salto triplo, meu irmão Túlio também faz triplo e eu até queria fazer o triplo, mas fui para o altura. A gente pode falar em vários atletas que saltam acima dos 17 metros, tem recordes sul-americanos.
A votação para a escolha dos indicados a Melhor Atleta do Ano e dos melhores das modalidades foi realizada por um colégio eleitoral formado por jornalistas, dirigentes, Comissão de Atletas do COB, patrocinadores, ex-atletas e personalidades do esporte.
A NewOn é patrocinadora do atletismo brasileiro para a saúde integral dos atletas e apoio às competições.
As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.
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A Nota Oficial 167/2024 também traz orientações para os profissionais que vão fazer os cursos de Marcha Atlética, Meio-Fundo e Fundo e Provas Combinadas, todos em novembro, no Centro Nacional Loterias Caixa de Desenvolvimento do Atletismo, em Bragança Paulista (São Paulo)