Bragança Paulista - Os brasileiros Daniel Ferreira do Nascimento, em segundo (45:09), e Jenifer do Nascimento, em terceiro (53:32), dividiram os lugares mais altos do pódio com os atletas estrangeiros na 96ª Corrida Internacional de São Silvestre, realizada nesta sexta-feira (31/12), por ruas e avenidas de São Paulo. A São Silvestre recebeu o Permit 4/2021 e o Selo Ouro da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). A queniana Sandrafelis Chebet Tuei (50:06) e o etíope Belay Bezabh (44:54), vencedores da edição de 2018, foram bicampeões da prova no último dia de 2021.
A corrida marcou o retorno da São Silvestre - em 2020 a prova de rua mais tradicional da América Latina não foi realizada por causa da pandemia da COVID-19. Nesta edição, foram adotados protocolos sanitários, como a recomendação do uso de máscaras na largada e na chegada e o limite de 20 mil inscritos.
O etíope Belay Bezabh, que havia sido campeão em 2018, só confirmou sua vitória na subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio quando abriu vantagem para o brasileiro Daniel Ferreira do Nascimento. Daniel e Bezabh se alternaram na liderança. O brasileiro, de apenas 23 anos, não conseguiu impor o ritmo na subida e caiu para a segunda colocação, que manteve até o fim. A terceira posição ficou com o boliviano Hector Garibay Flores.
"Gostei da corrida. Por causa da altitude e do clima, não foi tão difícil imprimir o ritmo que imprimi e chegar na primeira colocação", disse Bezabh, que treinou na altitude para correr a São Silvestre.
"Eu precisava saber como os quenianos trabalham porque são os melhores fundistas do mundo. Eu falei há três anos que ia evoluir e hoje tenho a segunda melhor marca na maratona e o segundo lugar, pódio na São Silvestre. Vamos continuar evoluindo e trazer mais resultados para o Brasil", disse Danielzinho agradecendo aos brasileiros que o apoiaram, "principalmente os da minha cidade, de Paraguaçu". Depois do pódio comemorou com a noiva Graziely Zarri, que também correu a prova.
Daniel, que havia sido o 11º colocado em 2019, fez um período de treinamento no Quênia e confirmou sua evolução. Danielzinho, como é chamado, de 23 anos, nascido em Paraguaçu Paulista (SP), estreou em maratonas em 2021 e foi campeão em Lima, no Peru, com índice para os Jogos Olímpicos (2:09:05). Foi campeão nos 10 km do Sul-Americano de Guayaquil e no dia 5 de dezembro o nono colocado na disputa da Maratona de Valência, com a incrível marca de 2:06:11 - ficou a apenas 6 segundos do recorde sul-americano da prova, de 2:06:05, obtido pelo mineiro Ronaldo da Costa, em Berlim, em 1998.
Nos 15 km da prova feminina Sandrafelis Chebet liderou durante todo o percurso para assegurar o bicampeonato - em grande parte da corrida foi acompanhada por Yenenesh Dinkesa, da Etiópia, que cruzou em segundo lugar (51:26). No fim, Valdilene dos Santos Silva ainda ameaçou Jenifer do Nascimento que lutou, acelerando no final, para garantir o terceiro lugar.
"Estou muito feliz, venci de novo. Essa é a minha segunda vez no Brasil, agradeço ao povo brasileiro pela torcida", disse Sandrafelis, observando que a temperatura amena ajudou, apesar da chuva.
"Ter três brasileiras no pódio é muito legal, fico muito feliz. É um percurso duro, uma prova difícil. A gente veio o caminho todo batalhando e graças a Deus no final deu certo!", disse Jenifer. Chegaram juntas e comemoraram juntas. "Este ano o Brasil tinha um número maior de mulheres na elite. Tentamos estar mais próximas dentro da corrida para ver se a gente conseguia trazer a vitória para o Brasil", disse Valdilene.
O pódio da São Silvestre
Feminino
1) Sandrafelis Chebet Tuei (BRA) – 50:06
2) Yenenesh Tilahun Dinkesa (QUE) – 51:26
3) Jenifer do Nascimento Silva (BRA) – 53:32
4) Valdilene dos Santos Silva (BRA) – 53:33
5) Franciane dos Santos Moura (BRA) – 54:10
Masculino
1) Belay Tilahun Bezabh (ETI) – 44:54
2) Daniel Ferreira do Nascimento (BRA) – 45:09
3) Hector Garibay Flores (BOL) – 45:15
4) Elisha Kipchirchir Rotich (QUE) – 46:26
5) José Márcio Leão da Silva (BRA) – 46:35
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