Joaquim Cruz e Zequinha Barbosa são dois dos maiores atletas brasileiros de todos os tempos, tiveram carreiras vitoriosas, conseguiram inúmeras conquistas e sempre representaram o País com muita dignidade e competência. No Campeonato Mundial do Atletismo do Oregon, que termina neste domingo (24/7), em Eugene, eles integraram a delegação brasileira com brilho excepcional.
Campeão olímpico dos 800 m nos Jogos de Los Angeles-1984, Joaquim Cruz é o Chefe da Equipe brasileira e virou uma referência e celebridade na competição. No Estádio Hayward Field, por exemplo, deu autógrafos e tirou muitas fotos, mesmo depois de 25 anos aposentado das pistas. “É muito gratificante. Eu deixei minhas marcas aqui e senti o reconhecimento das pessoas agora”, comentou Joaquim, que morou 7 anos em Eugene.
“Ser convidado para ser o chefe da delegação foi uma homenagem única”, disse Cruz, que trabalha com a equipe paraolímpica do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, em Chula Vista, na região de San Diego, na Califórnia, onde mora com a família. “É a honra de todas as honras. Ter a oportunidade de trabalhar facilitando a vida de treinadores e atletas num Mundial foi uma experiência sensacional. Sinto que eles também gostaram de me ver aqui, assim como o Zeca, contribuindo. Quando a gente abre a boca vê nos olhos deles que querem informações e ouvir, querem a energia positiva. Experiência sensacional”, definiu Joaquim Cruz.
Alison dos Santos, o Piu, que conquistou a medalha de ouro nos 400 m com barreiras, recebeu durante o Mundial o carinho e a atenção de Joaquim. “Quando você está no estádio para competir e vê um campeão como Cruz na torcida é um sentimento único. Antes da final, ele veio falar comigo e disse ‘faça o que você sabe, o que treinou’. É um incentivo muito grande. Não dá nem para mensurar”, lembrou.
Já Zequinha Barbosa, dono de diversos títulos nos 800 m (foi campeão mundial indoor em Indianápolis-1987, por exemplo), é um dos oficiais da delegação. “Cuidei do transporte e do alojamento. Ajudei no credenciamento, na distribuição de chaves dos quartos e muito também na tradução para os que não falavam inglês. Fiz de tudo, fui até motorista”, lembrou o ex-corredor, que também morou sete anos em Eugene e hoje é treinador da Universidade de Bellevue, em Nebraska. “Morei muito tempo em Eugene e conheço muita gente. Foi ótima experiência."
Para o presidente do Conselho de Administração da CBAt, Wlamir Motta Campos, que não pôde viajar para os Estados Unidos, a indicação dos dois atletas foi acertada. “Estamos quebrando paradigmas com a participação do Joaquim e do Zeca na delegação. Sempre cito em minhas apresentações a Pedagogia do Exemplo. Ídolo dos ídolos, Joaquim é um ser humano fantástico, uma referência de vida, exemplo fora e dentro das pistas. Já Zequinha realizou um excelente trabalho e ajudou muito a delegação.”
Joaquim foi morar nos Estados Unidos em 1981, em Provo, em Utah, depois se transferiu para o Oregon, onde descobriu a força do atletismo no país. Já Zequinha foi direto para Eugene, em 1983. Tudo isso graças à força e ao temperamento do treinador Luiz Alberto de Oliveira, que forjou muitos campeões. Luiz Alberto faleceu no dia 30 de junho de 2021, em Doha, no Catar, onde trabalhava.
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