A catarinense Letícia Oro Melo, de 24 anos, ganhou a 15ª medalha para o Brasil num Campeonato Mundial-, de bronze, no salto em distância, com 6,89 m (1.1) - no último dia de disputas no Estádio Hayward Field, na cidade de Eugene, nos Estados Unidos, neste domingo (24/7). Thiago Braz foi o quarto colocado no salto com vara (5,87 m) e após dez dias de disputas o Brasil deixa Eugene com a sua melhor campanha em Mundiais (em pontos, com duas medalhas e colocando 10 atletas entre os top 8 na pista em em provas de rua).
O Mundial foi a sua segunda competição do ano para Letícia – há sete meses fez uma cirurgia por causa de um rompimento no ligamento do joelho. A saltadora teve uma participação surpreendente no Mundial. Passou para a final do salto em distância com 6,67 m (1.5), marca obtida na terceira e última tentativa, então o seu recorde pessoal, no sábado (23/7). Neste domingo (24/7), na decisão, mostrou muita tranquilidade e começou a prova muito bem. Fez um salto de 6,89 m (1.1) na sua primeira tentativa, de novo a sua melhor marca pessoal e do bronze. Letícia queimou todos os cinco saltos a que tinha direito na sequência.
Mikaila Mihambo, pela Alemanha, ficou com a medalha de ouro, com 7,12 m (1.0) e a nigeriana Ese Brume com a de prata com 7,02 m (1.1).
Letícia, que nasceu em Joinville em 5 de outubro de 1997, treina na cidade catarinense com João Carlos dos Santos e compete pela Associação Corville de Atletismo. A campeã olímpica Maurren Higa Maggi disse que "ficou emocionada demais com a conquista de Letícia que deixou todas as grandes competidoras apavoradas com o seu salto de 6,89 m na primeira tentativa".
Letícia disse que é fã de Maurren Maggi e que vai treinar para saltar 7 metros. "Esse é meu jeito, concentrada. Não tenho medo de ninguém. Estou em choque, mas quero agradecer a todos. E dizer que quero buscar os 7 metros, vou continuar treinando e sei que tenho condições. Quando eu vi 6,89 m quase desmaie”, disse Letícia. “Quando eu vou competir, tanto no Estadual quanto no Mundial, eu penso em medalha”, acrescentou.
Thiago Braz, campeão olímpico no Rio-2016 e bronze em Tóquio-2021, ficou na quarta posição no salto com vara, com 5,87 m. Thiago começou bem a disputa da decisão: saltou 5,55 m e 5,70 m na primeira tentativa e 5,80 m na segunda. Voltou a ultrapassar o sarrafo a 5,87 m na primeira tentativa, mas não superou a altura de 5,94 m nas duas seguintes. Tentou elevar a barra a 6,00 m para continuar na briga por medalha, mas não passou.
Thiago vinha de uma boa temporada, em que foi medalha de prata no Mundial Indoor da Sérvia, na Stark Arena de Belgrado, com 5,95 m, em março, e saltou 5,93 m ao ar livre na etapa de Estocolmo, Suécia, da Diamond League, em junho. A melhor marca de Thiago é 6,03 m na conquista do ouro olímpico nos Jogos do Rio, em 2016.
O atleta de Marília, interior de São Paulo, de 28 anos, que tem sua base de treinamento em Fórmia, Itália, fez sua preparação final no Centro Olímpico dos Estados Unidos, em Chula Vista, junto com o treinador Vitaly Petrov e o fisioterapeuta italiano Francesco Viscuzi.
"A medalha estava ali. Na prova eu estava esperançoso com a medalha. Só precisava saltar 5,94 m, mas não deu. É treinar um pouco mais para as próximas competições da Diamond League. Queria muito a medalha", afirmou Thiago.
O sueco Armand Mondo Duplantis ganhou a medalha de ouro no salto com vara com o recorde mundial de 6,21 m. O norte-americano Christopher Nielsen levou a prata (5,94 m) e o filipino Ernest John Obiena - que treina com Thiago Braz em Fórmia - o bronze (5,94 m).
Resultados e quadro de medalhas estão disponíveis no site do evento: CLIQUE AQUI
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