Capa

Homenagem a Joaquim Cruz marca 8ª edição do Prêmio Sou do Esporte

12.12.2023  |    868 visualizações

O campeão olímpico do atletismo brasileiro - medalha de ouro nos 800 m nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 - e dono de um currículo invejável estrela exposição de fotos que conta sua trajetória nas pistas

Rio de Janeiro – O campeão olímpico Joaquim Cruz – medalha de ouro nos 800 m em Los Angeles/1984 – foi o homenageado especial na 8ª edição do Prêmio Sou do Esporte, que reconhece a gestão e transparência das entidades dirigentes do esporte nacional, nesta terça-feira (12/12), no Campo Olímpico de Golfe, no Rio de Janeiro. O Prêmio Sou do Esporte é uma parceria entre o Instituto de mesmo nome com a BandSports e visa a incentivar a boa prática da governança entre as confederações olímpicas e as federações de futebol.

"É muito legal ser reconhecido, ainda mais morando há tanto tempo fora do País. Às vezes você esquece do tamanho de que você é, não tem a noção do espaço que você ocupa na história", afirmou Joaquim, na chegada à cerimonia. "Ser reconhecido num momento como esse é muito importante. Não só para mim como para o atletismo brasileiro."

A campeã olímpica do salto em distância Maurren Higa Maggi em Pequim-2008 esteve presente no evento ao lado de outros medalhistas e destaques do esporte brasileiro. E ainda o presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) Wlamir Motta Campos, o CEO Claudio Castilho e a supervisora técnica, ex-atleta olímpica, Joana Costa.

Uma exposição fotográfica relembra momentos emocionantes e históricos em painéis gigantes com imagens de Joaquim Cruz pendurados no teto do Campo Olímpico de Golfe, concepção da Associação Sou do Esporte com curadoria da CBAt. Uma linha do tempo aponta os momentos mais marcantes da carreira do medalhista olímpico desde o seu nascimento em 12/3/1963, em Taguatinga (DF). 

A exposição passa por momentos maravilhosos da carreira do meio-fundista, tais como as medalhas olímpicas de ouro em Los Angeles-1984 e de prata nos Jogos de Seul-1988, ambas nos 800 m; a medalha de bronze no Mundial de Helsinque-1983, também nos 800 m; e as medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis-1987 e Mar Del Plata-1995 nos 1.500 m.

O ano de 1984 merece destaque especial na exposição com as fotos que eternizaram Joaquim Cruz, hoje com 60 anos, casado com Mary, pai de Kevin e Paulo e treinador do Comitê Paralímpico dos Estados Unidos. Joaquim Cruz conquistou o ouro nos 800 m aos 21 anos. Dominou a prova desde o início, com uma confiança impressionante. Além do ouro, o seu tempo de 1:43.00 foi o recorde olímpico que vigorou por 12 anos.

Uma conquista que também é do treinador Luiz Alberto de Oliveira, único técnico de Joaquim no atletismo, já falecido, e que teve o apoio de seus companheiros de treinos Agberto Guimarães e Zequinha Barbosa.

Em Los Angeles, Joaquim ganhou todos os quatro ‘tiros’ que disputou em dias consecutivos, nas eliminatórias, semifinal e final, em quatro dias de competições seguidos, sem descanso. Abriu correndo 1:45, no segundo dia baixou para 1:44. Na semifinal, usou o queniano Peter Koech como ‘coelho’. Entrou na reta, controlou a emoção e terminou com 1:43.8. Tinha passado um tempão buscando o 1:43 e foi importante conseguir a marca na semifinal. Lembra que quase no finalzinho, na última curva, viu Sebastian Coe assistindo a sua prova – era um fã dele, recordista mundial (hoje o presidente da World Atletics). 

Na final precisava controlar a emoção, a mente. No Mundial de Helsinque passou a noite toda correndo na cabeça, não conseguiu descansar. Em Los Angeles, soube controlar a ansiedade e foi para a competição descansado. A outra preocupação era Sebastian Coe. Como tinha a estratégia de correr na frente tinha em mente que não poderia ser surpreendido. Foi usado como coelho por Coe e usou o queniano, que foi para frente, para controlar a prova. Conseguiu uma boa posição dentro da corrida dos 800 m ao ficar ao lado direito do queniano. A cada cinco passadas, olhava para a direita para vigiar Coe.

Deu tudo certo, cruzou na frente, venceu com superioridade. Derrotou o então recordista mundial Coe, que ficou com a prata (1:43:64). O norte-americano Earl Jones ficou com o bronze (1:43:83).

Também foi ajudado pelo bom nível técnico dos companheiros de treinamento. Treinou com Luiz Alberto num grupo que tinha também Agberto Guimarães e José Luiz Barbosa, o Zequinha.

Em agosto de 1984, venceu o Meeting Internacional de Colônia, na Alemanha, com 1:41.77, ficando a quatro centésimos do recorde mundial da época de Sebastian Coe. A marca é ainda recorde brasileiro e sul-americano dos 800 m.

Joaquim foi líder do ranking mundial de 1984 nos 800 m, assim como em 1985 – foi novamente o número 1 ao marcar 1:42.49, em 28 de agosto, em Koblenz, na Alemanha.

A linha do tempo que norteou a exposição

1963 – Nasce Joaquim Cruz, em Taguatinga (DF), em 12 de março
1976 – Teste no SESI de Taguatinga (DF) com o treinador Luiz Alberto de Oliveira – Migra do basquete para o atletismo
1981 – Troféu Brasil de Atletismo, Estádio Célio de Barros (RJ) – recorde mundial juvenil dos 800 m, com 1:44.3
1981 – Muda para os Estados Unidos e se estabelece logo depois no Oregon (EUA), para estudar, treinar e competir
1983 – Bronze no Mundial de Helsinque (FIN) nos 800 m
1984 – Campeão nos 800 m, com recorde, e dos 1.500 m pelo Campeonato Nacional Universitário dos EUA - Conferência Leste
1984 – Ouro olímpico nos 800 m em Los Angeles (EUA)
1984 – O primeiro campeão olímpico brasileiro em pista, no Los Angeles Memorial Coliseum
1984 – Corre os 800 m em 1:41.77 no Meeting de Colônia (ALE) – recorde brasileiro e sul-americano
1985 – Número 1 do Ranking Mundial com 1:42.49, no Meeting de Koblenz (ALE)
1987 – Campeão pan-americano em Indianápolis (EUA), nos 1.500 m
1988 – Prata olímpica nos 800 m em Seul (KOR)
1995 – Bicampeão pan-americano dos 1.500 m em Mar Del Plata (ARG)
1996 – Porta-bandeira nos Jogos Olímpicos de Atlanta (EUA)
1997 – Encerra a carreira como atleta no Troféu Brasil, no Estádio Célio de Barros (RJ)
2005 – Treinador da seleção paralímpica dos Estados Unidos
2007 – Acende a pira olímpica na abertura do Pan-Americano do Rio
2019 – Entra no Hall da Fama do COB
2022 – Volta ao Oregon como chefe da seleção brasileira no Mundial de atletismo
2022 – Recebe homenagem da USATF e USOPC pelos 17 anos de trabalho
2022 – Apresenta o Prêmio Melhores do Atletismo em São Paulo (BRA)
2023 – Completa 60 anos em 12 de março
2023 – Atualmente, vive em San Diego (EUA) com a mulher Mary e os filhos Kevin e Paulo

O Grupo Prevent Senior patrocina o atletismo brasileiro, oferece medicina esportiva de precisão e estilo de vida para os que se ligam no esporte e apoio às competições.

As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.

Assessoria de Comunicação: Heleni Felippe - helenifelippe@cbat.org.br - (11) 99114-1893 e (11) 99142-2951; João Pedro Nunes - joaonunes@cbat.org.br - (11) 948245812 e Maiara Dias Batista - (11) 99127-2369.

Leia também...
25.10.2024

O evento será realizado na manhã deste domingo (27/10), na Escola Naval do Rio, com o objetivo de promover a prova que é uma das mais técnicas do atletismo e já levou o Brasil a pódios de Olimpíadas e Mundiais

25.10.2024

O símbolo de conquista é uma homenagem da comunidade do atletismo a um exemplo de resiliência e superação; atleta olímpica (Moscou-1980, Los Angeles-1984 e Seul-1988), campeã pan-americana do heptatlo (Caracas-1983), nove vezes campeã mundial máster se recupera de uma amputação do pé esquerdo

24.10.2024

As lições aprendidas com os trabalhos que obtiveram sucesso nacional e mundial, como os de Elson Miranda e Fabiana Murer, estão no centro do tema da mesa-redonda de sábado (26/10); as disputas da I Copa Nacional serão no domingo (27/10), na Escola Naval

23.10.2024

O campeonato será realizado em duas datas, dias 8 e 9 de novembro, na Villa La Angostura, e dias 22 e 23, na Villa de Merlo; o Brasil terá nove atletas (4 mulheres e cinco homens) nas categorias short trail, classic, vertical e sub-20