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Zona Mista - Saiba tudo o que Alison dos Santos falou para a imprensa brasileira

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) registrou as respostas de Piu, logo após a conquista de sua segunda medalha de bronze olímpica nos 400 m com barreiras; o campeão mundial da prova, em sua segunda Olimpíada, aos 24 anos, descreveu a energia mágica do Stade de France nesta sexta-feira (9/8)

09.08.2024  |  468 visualizações

Saiba tudo o que Alison dos Santos, Piu, disse para os jornalistas brasileiros na Zona Mista do Stade de France após a conquista de sua segunda medalha de bronze nos 400 m com barreiras.

 A energia do Stade de France
Foi mágico poder entrar no estádio lotado, sentir a energia de todo mundo gritando para quem estava competindo. Obviamente, tinha um francês na prova, mas eles estavam vibrando, eles queriam ver algo bonito e acho que a gente conseguiu entregar isso. 

A disputa na pista
Tem uma rivalidade muito amigável entre todos os atletas que estão correndo agora. A gente sabe que não pode dar bobeira, tem que correr muito rápido para conseguir uma medalha, para estar no pódio. Conseguir chegar aqui mais uma vez é maravilhoso, estou muito orgulhoso disso. Agora só quero aproveitar e dividir essa conquista com todo mundo.

O cabelo roxo
A escolha foi porque a pista é roxa, toda a tematização dos Jogos Olímpicos é roxa, e a minha cor favorita é o roxo. Então, por que não? Prometi isso no começo do ano, o povo ficou me cobrando… tive que fazer, não tive como fugir.

Sobre a eliminatória e a semifinal
Depois da semifinal eu fiquei um pouco tenso porque eu estava esperando o resultado de outras pessoas, eu não tinha mais controle do que acontecia, eu tinha que esperar para ver o quão rápido eles iriam correr. Mas a partir do momento em que eu vi que estava na final... quando você chega na final, não importa quem você é, seu nome, o quanto você está correndo. São oito chances, três medalhas, um campeão. Nada muda, sempre vai ser assim. Quem está na final é perigoso, se você conseguiu chegar, você tem capacidade de brigar pela medalha. A partir do momento em que eu pisei na final eu sabia que eu estava na briga pelo pódio. E assim como eu tinha ciência de que eu estava na briga, eu consegui buscar.

A prova
Eu estava na raia 3, eu estava muito focado na minha prova, eu não estava olhando para as outras raias. Não consegui ver nada, literalmente passei a linha e falei: 'estamos no pódio'. É isso, vamos curtir, vamos aproveitar o momento, e dar essa volta aí para todo mundo conseguir compartilhar um pouco com quem estava lá para assistir.

O tempo da final
Eu nem lembro o tempo, para ser sincero. É campeonato. Então a gente sabe que o que importa no campeonato é a posição que está chegando, a posição que está passando a linha, é o tudo que importa. Obviamente que sobre o tempo vale a pena depois você pensar. Mas ninguém vai falar, pô, o Alisson correu 47.20, 47 alguma coisa... vai falar, pô, ele foi bronze. Vão lembrar que eu fui bronze. A posição que você chega é mais importante que o tempo nesse momento.

A chuva que caiu em Paris
A pista estava boa, não tem o que falar. Choveu um pouquinho mas a gente já viu bons resultados com chuva. Estava chovendo para as oito raias, não estava de frente para ninguém, então, a condição climática era só algo a mais que realmente não muda nada no resultado. Se estivesse um tempo seco, um tempo molhado, tivesse um tornado ali, ia ser um tornado para as oito raias, então a coisa é a mesma para todo mundo.

Conversa com o técnico Felipe de Siqueira após a semifinal
Eu tive uma conversa com o Felipão depois da prova. A gente saiu para dar uma caminhada, trocar uma ideia, bater um papo bem leve. A gente nem falou literalmente de atletismo, mas falamos da gente, como pessoa, como um pai e um filho trocando uma ideia. É como eu vejo ele na minha vida. Hoje eu passo mais tempo com ele do que com qualquer outra pessoa no mundo, do que com qualquer pessoa da minha família. E a gente teve uma conversa, trocou uma ideia de eu realmente ser eu, de me conectar comigo mesmo, chegar na pista com aquele sorriso, ser aquela pessoa que eu sempre fui, não deixar a pressão de fora e interna influenciar no que eu sou.

A sensação do estádio lotado, após o estádio vazio em Tóquio
Ah, com certeza! Ter o público, lotado, é outro mundo. Você está na pista e não consegue escutar seu próprio pensamento, porque que o povo está gritando para o cara que está duas raias ali na sua frente? Mano, é demais. Eu tive um pouco dessa experiência em Eugene, mas aqui foi diferente. Acho que os Jogos Olímpicos têm um peso diferente, é outra coisa. A gente estava assistindo a competição. As provas que foram às 10 da manhã, lotadas. As que foram às 9 horas da noite? Lotado. A vivência do público aqui.. foi mágico. E o tanto de brasileiro que tem lá fora? O que era aquilo! Muita gente torcendo, muita gente gritando... Foi muito bem. Foi muito feliz por toda a experiência, muito feliz pelo ciclo que a gente teve.

Quero continuar aproveitando, aprendi muito com esses Jogos, de não deixar a pressão subir para a cabeça. Eu realmente não devo nada a ninguém, então eu tenho certeza que eu vou chegar mais leve para o Campeonato Mundial no ano que vem, vou chegar mais leve para 2026, 2027 e para 2028 também.

Se os 400 m rasos serão uma opção para o futuro
Eu acho que é difícil correr os dois. Porque você tem que estar num nível fora de série ou o pessoal tem que estar correndo nada, e não é isso que está acontecendo, em nenhuma das duas provas. O pessoal está correndo pra caramba, nos 400 metros rasos e nos 400 metros com barreiras, no masculino e no feminino. Então com o nível do atletismo nessas provas agora é impossível tentar fazer as duas. Acho que é loucura para quem tentar, mas se alguém estiver tentando, eu vou admirar.

Resposta ao francês Clement Ducos, 4º colocado
Ah, não vou responder nada para ele. Eu vi esse comentário, ele falando que o Alison dos Santos está fora de forma, mas estou no pódio, né? É isso que eu tenho para falar. A casa era dele, eu respeito muito, fez bom resultado com uma boa semi, teve uma boa participação nos Jogos Olímpicos, mas é isso. O esporte é simples, o atletismo é simples, quem passar a linha ali... é isso. É democrático.

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