O Atletismo Brasil está em festa e comemora o reconhecimento às conquistas de Caio Bonfim - ganhador da inédita medalha de prata na marcha atlética 20 km nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Caio foi eleito o Melhor Atleta do Ano - Troféu Rei Pelé no 25º Prêmio Brasil Olímpico (PBO) do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Caio saiu carregado do Oscar do esporte brasileiro. Ainda ganhou os troféus de Atleta da Torcida, por votação popular, e o Melhor do Ano no Atletismo. A cerimônia de entrega dos troféus, apresentada pelos artistas Larissa Manuela e Paulo Vieira, foi realizada na noite desta quarta-feira (11/12), no Vivo Rio (Rio de Janeiro).
A campeã olímpica da ginástica artística Rebeca Andrade ficou com o Troféu Rei Pelé entre as mulheres. Fora do Brasil, mandou uma mensagem de agradecimento.
"Ninguém chega a um prêmio desses sozinho. Queria agradecer o Comitê Olímpico Brasileiro, a Confederação Brasileira de Atletismo - o Wlamir (Motta Campos, presidente da CBAt), que está aqui - a FAB, a Caixa, os fisioterapeutas, massoterapeutas, educadores físicos que estiveram do meu lado, aqueles que acreditaram em mim, meus pais, que são meus treinadores, e minha esposa (Juliana) que encarou uma ausência de 185 dias com os meninos (os filhos Miguel e Teo)", disse Caio, que concorreu com os também medalhistas olímpicos Edival Pontes (taekwondo) e Isaquias Queiroz (canoagem velocidade).
Após os agradecimento, Caio fez um discurso bem-humorado e emocionado que envolveu a plateia. Lembrou que precisou disputar quatro Jogos Olímpicos para chegar a medalha. Em 2012, ainda um garoto, foi 39º em Londres. Contou que estava com fome, após cinco horas entre o deslocamento da Vila Olímpica e a largada, comeu uma maçã e passou mal a prova toda. "Sempre brinco que só eu, Adão e Eva caímos no conto da maçã. Terminei na cadeira de rodas. E aprendi a lição: atleta erra, mas aprende."
No Rio 2016 foi quarto, a cinco segundos da medalha, em Tóquio, 13º. "No Rio, fiquei animado. Em Tóquio, foi muito difícil porque cheguei bem preparado, em busca da medalha. Foi momento de frustração", observou. "Aprendi mais uma lição, a gente cansa, mas não pode desistir, só descansar!" Fui para mais um ciclo olímpico para tentar mais uma vez a medalha. "E minha medalha veio, na minha quarta Olimpíada, em que sai com a melhor das lições: acredite nos seus sonhos e trabalhe!" Foi muito aplaudido por suas palavras.
Antes, quando recebeu o prêmio de Atleta da Torcida, também emocionou o público ao contar que o pai João Evangelista Sena Bonfim, treinador, inscreveu a mãe, Gianetti de Oliveira Sena Bonfim, então atleta e fora de forma pós-gravidez para disputar os 10.000 m, numa prova de marcha atlética, em 1991.
"Ele disse que só tinha vaga na marcha atlética, que não tinha inscritos. E hoje estou eu aqui, um atleta de marcha atlética, ganhando no voto popular. Levar esse legado mostra que valeu a pena, é um momento muito especial para nossa família que batalhou muito por esse esporte. Obrigado por respeitar o nosso esporte", afirmou Caio Bonfim.
Caio foi o Melhor do Ano do Atletismo pela terceira vez (2024, 2023 e 2017) no Prêmio Brasil Olímpico.
O marchador viaja nesta quinta-feira (12/12) para a disputa dos 35 km do World Race Walking Tour, categoria bronze, no Parque St Anne's de Dublin, Irlanda, no domingo (15/12). Caio já competiu a Olimpíada de Paris, com o índice dos 20 Km assegurado para o Mundial de Tóquio 2025 (Japão), que será realizado 13 a 21 de setembro. Agora quer o índice para os 35 km também (a marca fixada pela World Athletics é de 2:28:00).
O brasileiro lidera o Tour Mundial 2024 dos 20 km marcha atlética (similar a Diamond League da marcha), com 4.072 pontos, por seus três resultados em Taicang (CHN), no dia 3 de março (1:17:44), em La Corunã (ESP), em 18 de maio (1:17:52), e na Olimpíada, em Paris, no dia 1 de agosto, com o tempo da medalha de prata (1:19:09). O segundo colocado é o campeão olímpico, o equatoriano Brian Pintado (4.068 pontos), e o terceiro o medalhista de bronze em Paris, o espanhol Álvaro Martín (4.035 pontos).
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Com os pódios de José Telles da Conceição, bronze, e Adhemar Ferreira da Silva, ouro, na XV Olimpíada de Helsinque, em 1952; Caio Bonfim, prata, e Alison dos Santos, bronze, na XXXII Olimpíada de Paris, em 2024, fica a homenagem e todos os atletas do Brasil
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