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Personalidade negra Adhemar Ferreira da Silva ganha escultura em São Paulo

12.05.2022  |    83 visualizações

O bicampeão olímpico do salto triplo vai ser eternizado numa instalação que tem inauguração marcada para este domingo e pode ter seu nome no livro Heróis e Heroínas da Pátria, no Panteão em Brasília (DF); batiza o Troféu que será disputado neste sábado e domingo em Bragança

Bragança Paulista - O bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva integra o seleto grupo de cinco personalidades negras com trajetórias de destaque homenageados com esculturas em parques, praças e ruas da cidade de São Paulo. A escultura de Adhemar Ferreira da Silva, que ficará no canteiro central da Avenida Braz Leme, altura do número 1.000, no bairro Santana, será inaugurada neste domingo (15/5), com festividades, das 10:30 às 12:55.

No mesmo fim de semana em que a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) realiza, em Bragança Paulista (14 e 15/5), o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, que reunirá 530 atletas, de 13 Estados, representando 68 clubes e associações atléticas, com o objetivo de criar vínculo entre o esporte universitário e demais atletas do atletismo. A iniciativa faz parte da filosofia da CBAt que se traduz pelo slogan #SomosAtletismo.

A escultura é uma criação de Alex Hornest e retrata Adhemar com os dois braços para cima, em uma releitura de uma das suas posições do salto. O tributo eterniza Adhemar Ferreira da Silva,  morador do bairro Casa Verde que iniciou sua carreira em 1947 competindo pelo São Paulo Futebol Clube. 

A obra é uma das cinco esculturas contratadas pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, por meio do seu Departamento do Patrimônio Histórico, que homenageia personalidades negras, e faz parte de um projeto para trazer diversidade para o acervo cultural municipal. Os homenageados são a escritora Carolina de Jesus, autora de Quarto de Despejo e outros livros; Itamar Assumpção, compositor, cantor e instrumentista; Madrinha Eunice (Deolinda Madre), fundadora da escola de samba Lavapés, primeira de São Paulo; Geraldo Filme, o precursor do samba paulista; e o bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva.  

"Meu pai virou estátua e será revelado ao público. Sugeri uma seleção musical de acordo com a ligação dele com a música. Trovadores Urbanos, o Ilu Oba de Min, saudando os Orixás (Adhemar era filho de Xangô), Fred Jorge e Diego Menasse contando fatos engraçados da vida dele com o avô", anunciou Adyel Silva, filha de Adhemar, pelas redes sociais sobre a programação de domingo (15/5), das 10:30 às  que também inclui atividades com crianças representando o atletismo, parceria com a Federação Paulista de Atletismo.

Bicampeão olímpico (Helsinque-1952 e Melbourne-1956), Adhemar superou cinco vezes o recorde mundial no salto triplo. Foi também pentacampeão sul-americano e tricampeão pan-americano (1951,1955 e 1959) e 10 vezes campeão brasileiro, tendo mais de 40 títulos e troféus internacionais.

Fora das pistas, Adhemar Ferreira da Silva formou-se escultor pela Escola Técnica Federal de São Paulo em 1948, em Educação Física na Escola do Exército, em Direito na Universidade do Brasil e em Relações Públicas na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Poliglota, foi Adido Cultural na Embaixada Brasileira em Lagos, Nigéria, entre 1964 e 1967.

Foi ator na peça Orfeu da Conceição (1956), de Vinicius de Moraes e no filme francoitaliano Orfeu do Carnaval (1962), que venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro. Em 1993 recebeu o título de Herói de Helsinque, junto com o corredor Emil Zatopek. No ano 2000 foi agraciado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) com o Mérito Olímpico e em 2012 imortalizado no Hall da Fama do atletismo.

Adhemar Ferreira da Silva é o único brasileiro no salão da World Athletics de quem recebeu também, a Placa de Patrimônio Mundial do Atletismo (World Athletics Heritage Plaque), colocada no Centro Esportivo Tietê, em São Paulo, no dia 29 de setembro de 2021, data do aniversário de Adhemar - completaria 94 anos. No local, Adhemar obteve o primeiro recorde mundial no salto triplo em 3 de dezembro de 1950, com 16,00 m (igualando a marca do japonês Naoto Tajima, de 1933).

No livro Heróis da Pátria - O feito de Adhemar Ferreira da Silva é tão grande para o atletismo e o esporte brasileiro que ele é personalidade de outras reverências. Incluir o nome de Adhemar no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, localizado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, Distrito Federal, é tema do Projeto de Lei nº 3.322, de 2021 de autoria da deputada Lídice da Mata. 

O projeto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, publicado no dia 7 de abril e encaminhado ao Senado Federal - está na Comissão de Educação, Cultura e Esporte para ser apreciado.

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