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ATUALIZADO - Caio Bonfim é prata na marcha atlética 20 km e conquista medalha inédita para o atletismo em Paris-2024

01.08.2024  |    736 visualizações

Cerimônia de entrega de medalhas será na terça-feira (2/8), no Stade de France; na prova feminina, Érica Sena é a melhor brasileira, na 13ª colocação, e Viviane Lyra (18º) disputa maratona de revezamento com o medalhista Caio Bonfim no dia 7 de agosto

O Atletismo Brasil começou sua trajetória nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 com um resultado inédito. Em sua quarta participação olímpica, Caio Bonfim (CASO-DF) conquistou a medalha de prata na marcha atlética de 20 km, em prova disputada na madrugada desta quinta-feira (01/08), pelo horário de Brasília. O marchador brasileiro completou o percurso em 1:19:09, 9ª melhor marca de sua carreira.

O equatoriano Brian Pintado foi o campeão (1:18:55) e o espanhol Alvaro Martin, medalha de bronze (1:19:11). A cerimônia de entrega de medalhas será nesta sexta-feira (2/8), no Stade de France, que receberá as provas de pista do atletismo, no início da segunda etapa (a partir das 13 horas de Brasília). O Brasil também teve Max Batista (CASO-DF), em sua estreia olímpica, na 28ª posição (1:22:16), e Matheus Corrêa (AABLU-SC), pela segunda vez nos Jogos, como 39º colocado (1:24:25).

"Todo mundo que um dia viu a marcha disse: 'isso é estranho'. Para mim, era normal, porque minha mãe fazia marcha. Ela fez índice para Atlanta-1996, teve umas mudanças de critérios e ela não foi. Quando eu fui pra Londres, em 2012, eu falei pra ela: 'quem disse que você não foi para uma Olimpíada?'. E hoje, na nossa quarta Olimpíada, eu posso virar para minha mãe e falar: 'nós somos medalhistas olímpicos, nós somos medalhistas olímpicos!'", disse Caio Bonfim ao SporTV.

Caio é treinado pelos pais, João Sena e a ex-marchadora Gianetti Sena Bonfim, que mantêm um projeto de atletismo que desenvolve a marcha atlética e outras provas – o Centro de Atletismo de Sobradinho (CASO), no Distrito Federal.

"Em Londres eu saí de cadeira de rodas. Em 2016, em casa, fui quarto. Em Tóquio, 13º. E hoje consegui a prata, um sabor especial. Estou muito feliz. Paris agora faz parte da minha história. Brasil, é mais uma medalha!", completou.

"Quando fui 13º em Tóquio, eu sentei comigo mesmo e falei: é isso mesmo que você pode fazer? Ficar entre os 10 primeiros do mundo é lindo, maravilhoso, tenho muito orgulho... mas você pode mais. E eu fiz um compromisso comigo", disse o medalhista, em entrevista à Cazé TV.  Caio também lembrou de outros marchadores do Brasil que viu competir: José Alessandro Baggio, 14º em Pequim-2008; Mário dos Santos Júnior, em Sydney-2000; e Sérgio Galdino, em Atlanta-1996.

A prova, com 49 atletas, começou às 8 horas da manhã de Paris (3 horas de Brasília), 30 minutos depois do horário programado, por causa da chuva forte que caia no Trocadéro. A temperatura era de 22 graus, com umidade relativa do ar alta, na casa dos 90%. O percurso (circuito fechado de 1 km) passava sob a Torre Eiffel, um dos locais mais visitados da França, sobre o rio Sena e pela Ponte D’Elena.

Caio largou na frente, mas tomou duas advertências logo no início e, na sequência, optou por vir no meio do pelotão. As posições de liderança, então, foram se alternando. Caio passou em 34º nos 5 km, mas avançou no oitavo quilômetro. Na metade da prova, estava novamente na liderança. O brasileiro voltou a marchar no meio do pelotão, evitando penalidades. No km 15, vinha em segundo, atrás do equatoriano Brian Pintado.

O ritmo de prova, que foi mais lento no início, aumentou nos últimos cinco quilômetros. As posições seguiram se alternando. Caio passou o km 16 em 9º e, em seguida, novamente na liderança. Caio fez um fim de prova dramático, levando a segunda falta por flutuação no km 17. Um grupo de quatro atletas brigou nos quilômetros finais, mas o brasileiro era o único pendurado.

Com a experiência de quatro ciclos olímpicos, Caio assumiu a segunda posição no km 18, focou na técnica e manteve a colocação até cruzar a linha de chegada. "Sempre sofri com penalizações, mas sou brasileiro e não desisto. Consegui manter a técnica e vou levar a medalha para casa", explicou.

Érica Sena é a melhor brasileira na prova feminina

Érica Sena (Pinheiros-SP) foi a melhor brasileira na prova feminina da marcha atlética de 20 km. A atleta de 39 anos terminou a disputa em Paris-2024 na 13ª posição (1:29:32) e anunciou sua despedida olímpica. A atleta pernambucana teve uma pausa na carreira para o nascimento do filho Kylian, em junho de 2022, e voltou da gestação para sua terceira participação nos Jogos.

"Eu tive apoio da minha equipe e da minha família, que me ajudou e eu pude voltar a treinar. Hoje encerro meus últimos Jogos Olímpicos muito feliz, com coração cheio de gratidão. Minha evolução foi muito grande, brigar por uma medalha em Tóquio foi histórico. Agora o Brasil é uma potência na marcha. Pela primeira vez com uma equipe completa, é extraordinário. Ganhamos uma medalha olímpica, a primeira, então é só comemorar", disse a marchadora à imprensa em Paris.

Estreante, Viviane Lyra (Praia Clube-Exército-Futel-MG), que até a metade da prova estava à frente de Érica, recebeu a terceira advertência no km 11, quando era 13ª, e foi para o pit lane no km 12 - após os dois minutos de punição, voltou no 28º lugar e terminou em 18º (1:30:31). A atleta carioca volta a competir no dia 7 de agosto (quarta-feira), às 2h30 (de Brasília), no revezamento misto da maratona, prova que estreia no programa olímpico, em parceria com o vice-campeão olímpico Caio Bonfim. Também em sua primeira Olimpíada, Gabriela Muniz (CASO-DF) foi 36ª (1:35:50).

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