Depois de garantir o Brasil em uma final do lançamento do dardo após 92 anos, o mineiro Luiz Maurício da Silva (Praia Clube-Exército-Futel-MG) alcançou a 11ª colocação nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, com a marca de 80,67 m, nesta quinta-feira (8/8), no Stade de France.
Arshad Nadeem, do Paquistão, conquistou a medalha de ouro com 92,97 m, recorde olímpico. O indiano Neeraj Chopra foi prata (89,45 m) e o granadino Anderson Peters garantiu o bronze (88,54 m).
"Foi uma prova fantástica, o 8º ficou com mais de 84 metros. Foi uma prova muito forte, de quem errava menos. Era para ter saído o meu PB, mas não consegui entrar no ritmo e queimei o melhor lançamento, que foi o último", explicou Luiz Maurício, que já projeta o futuro após a final olímpica. "O resultado dá segurança para as próximas competições. É aproveitar esse momento único, dos Jogos Olímpicos, e competir mais na Europa, com eles. E trabalhar para melhorar. Quem sabe estar no seleto grupo acima dos 90 metros."
O atleta passou à final com o resultado de 85,91 m, recorde brasileiro e sul-americano. Luiz já era o detentor dos recordes desde o Troféu Brasil, em 30 de junho, quando havia feito 85,57 m, índice olímpico.
Luiz Maurício, de 24 anos, começou no atletismo no Cria UFJF, projeto de extensão da Faculdade de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Juiz de Fora, sua cidade natal, aos 11 anos. Em 2020, quando a universidade fechou por causa da pandemia, recebeu o convite para treinar na Escola de Educação Física do Exército (EsEFex), no Rio de Janeiro, com o técnico Fernando Barbosa de Oliveira.
Na etapa de abertura do oitavo dia de provas em Paris, as atletas brasileiras do arremesso do peso e o revezamento 4x100 m não avançaram das etapas qualificatórias.
Estreantes em Jogos Olímpicos, Ana Caroline Miguel da Silva (Praia Clube-Exército-Futel-MG) e Livia Avancini (IPEC Londrina-PR) fizeram as marcas de 17,06 m e 16,26 m, e terminaram, respectivamente, na 23ª e na 29ª posições da classificação geral da qualificação do arremesso do peso.
Livia ficou emocionada após sua participação olímpica, que só foi possível após a liberação pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), que atendeu recurso da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
“Desabei de chorar, mas é de emoção. Poderia estar em casa em função do que aconteceu. Não foi uma boa competição, mas estou feliz e grata. Faço 20 anos de atletismo e não tinha melhor presente do que esse.” Agradeceu a CBAt, “que foi atrás e ajudou”. “A CBAt trouxe a gente para Paris, o que foi de grande importância para o julgamento na CAS”.
O revezamento 4x100 metros, formado por Gabriel Garcia (Pinheiros-SP), Felipe Bardi e Erik Cardoso (Sesi-SP), e Renan Gallina (AA Maringá-PR), também não se classificou para final – foi 6º da série, com o tempo de 38.73. "A gente sabia que ia ser um desafio. O nosso ponto forte é a passagem de bastão, e creio que isso foi feito. Foi o melhor para hoje, mas não foi o esperado", disse Felipe Bardi.
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