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Último recorde de Adhemar Ferreira da Silva completa 70 anos neste 16 de março de 2025

16.03.2025  |    201 visualizações

Adhemar Ferreira da Silva se tornou o primeiro homem a fazer um salto triplo além de 16,50 m. Adhemar revolucionou o salto triplo, direcionando sua atenção para o segundo salto, até então apenas um impulso para o terceiro, e foi superior aos concorrentes por anos

A história do esporte olímpico evidencia o quanto o brasileiro Adhemar Ferreira da Silva foi uma estrela brilhante. Há 70 anos, em 16 de março de 1955, Adhemar Ferreira da Silva estabeleceu o seu último recorde mundial no salto triplo, de um total de cinco feitos na carreira: 16,56 m. Adhemar revolucionou o salto triplo ao dar mais atenção para o segundo salto, considerado  apenas de impulso para o terceiro. 

Em cinco passos quebrou um recorde que durava desde 1950 nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, ajudado pelo ar rarefeito e com muito talento, neste dia de março em 1955. Com Adhemar, o salto triplo rompia a barreira dos 16 metros (para 16,56 m).

O currículo de Adhemar tem registros memoráveis: recordista mundial por cinco vezes, vencedor do salto triplo nos Jogos Olímpicos de Helsinque-1952 e Melbourne-1956 e dono de três medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos, entre dezenas de outros títulos.

Em 1949, saltou 15,51 m e se tornou recordista sul-americano. Em dezembro de 1950, Adhemar igualou o recorde mundial do triplo com 16,00. Ganhou o ouro do salto triplo nos Jogos Pan-Americanos de 1951, em Buenos Aires, antes de quebrar o recorde mundial de 16,01 m, em setembro de 1951, resultado que o deixou como favorito nos Jogos de Helsinque 1952.

"O homem que inventou a volta olímpica", como Da Silva ficou conhecido, também se destacou em Helsinque (Olimpíada) com dois recordes mundiais 16,12 m e 16,22 m, a caminho de um título que ele manteve após uma batalha titânica com o desconhecido islandês Vilhjamur Einarsson em Melbourne, em 1956", conforme o texto da reportagem publicada pela World Athletics (https://worldathletics.org/heritage/news/adhemar-da-silva-world-record).

Os recordes mostram as jovens gerações o quanto esse brasileiro, nascido no bairro da Casa Verde, em São Paulo, foi um atleta incrível. Começou sua carreira aos 19 anos, orientado pelo treinador alemão Dietrich Gerner, no São Paulo FC. Treinava no horário de almoço, no intervalo do trabalho. 

Filho da cozinheira Augusta Nóbrega da Silva e do ferroviário Antônio Ferreira da Silva, nascido no dia 29 de setembro de 1927, Adhemar é um dos maiores heróis do atletismo e do esporte nacional e internacional. Adhemar morreu em 12 de janeiro de 2001, aos 73 anos.

A vida do bicampeão olímpico não se resumiu ao esporte. Era formado em Educação Física, Direito e Relações Públicas, foi escultor, ator na peça “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes, e no filme franco-italiano “Orfeu Negro”. Foi adido cultural na embaixada do Brasil em Lagos, na Nigéria.

Depois de aposentado nas pistas, com quatro olimpíadas na carreira (disputou ainda Londres-1948 e Roma-1960), trabalhou como servidor público estadual, no esporte da Uni'Santana e na organização de eventos nacionais e internacionais no Brasil. 

Adhemar recebeu o título de “Herói de Helsinque”, em 1993. Em 2000, foi agraciado com o Mérito Olímpico pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Olímpico Internacional (COI). Em 2012, passou a integrar o Hall da Fama do Atletismo da World Athletics.

Integra o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (https://www.cob.org.br/eventos/hall-da-fama/adhemar-ferreira-da-silva). O troféu entregue anualmente pelo COB aos destaques na história do esporte olímpico brasileiro leva o nome Adhemar Ferreira da Silva.

Adhemar Ferreira da Silva também está no Panteão Tancredo Neves, livro reservado aos heróis brasileiros, na Praça dos Três Poderes em Brasília (DF). Integra o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria (Lei 14.575/2023, sancionada em 11/5/2023).

O Brasil ainda teve outros triplistas de grande renome como Nelson Prudêncio, prata nas Olimpíadas da Cidade do México-1968 e bronze em Munique-1972; João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, bronze em Montreal-1976 e Moscou-1980; e Jadel Gregório, atual recordista brasileiro e sul-americano (17,90 m).

A Confederação Brasileira de Atletismo criou o Troféu Adhemar Ferreira da Silva. Realizado sob a bandeira #somosatletismo, com a participação de atletas federados e universitários, o Troféu Adhemar Ferreira da Silva Loterias Caixa de Atletismo 2025 é categoria “E” da World Athletics (vale pontos no Ranking Mundial) e este ano será realizado de 28 a 30 de março.

As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.

Assessoria de Comunicação: Heleni Felippe (helenifelippe@cbat.org.br) e Maiara Dias Batista (maiara@cbat.org.br).

 

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