A Comissão de Esporte do Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (9/7), voto de louvor à atleta olímpica Wanda dos Santos, segunda brasileira negra a representar o Brasil em Jogos Olímpicos, por reconhecimento a sua trajetória e conquistas nacionais e internacionais, em reunião destinada a discutir igualdade de gênero. Wanda dos Santos morreu no dia 30 de junho em São Paulo, aos 93 anos, e deixou um significativo legado para o atletismo e o esporte olímpico brasileiro.
A homenagem foi proposta pela senadora Leila Barros - consagrada atleta de vôlei -, presidente da Comissão de Esporte do Senado Federal. "Wanda dos Santos foi a segunda mulher negra a representar o Brasil em Jogos Olímpicos, nas edições de Helsinque 1952 e Roma 1960, tendo quebrado o recorde sul-americano nos 80 metros com barreiras em 1952", afirmou Leila. Justificou ainda a homenagem com destaque para a vida de "superação e inspiração, especialmente de resistência racial e gênero".
A paulistana Wanda dos Santos nasceu em 1/6/1932. Começou a competir no atletismo na década de 1940. Na história do Troféu Brasil, criado em 1945, gravou seu nome como a recordista de medalhas, 48 delas de ouro, entre 1946 e 1966, no salto em distância (12 títulos), salto em altura (2), 80 m com barreiras (27) e revezamento 4x100 m (7). Os 80 m com barreiras (atualmente 100 m com barreiras) era a sua prova principal.
Competiu no Palmeiras, São Paulo, onde treinava com o alemão Dietrich Gerner no grupo do bicampeão olímpico do salto triplo Adhemar Ferreira da Silva, e Floresta (Espéria). Disputou a primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, em 1951, em Buenos Aires (ARG) - foi bronze no salto em distância - e mais três Pans: bronze nos Jogos do México-1955, prata em Chicago-1959 e bronze em São Paulo-1963, nos 80 m com barreiras. Foi sete vezes campeã sul-americana, duas vezes Ibero-Americana.
Wanda assistiu no estádio a conquista do primeiro ouro de Adhemar no salto triplo. Em Helsinque também bateu o recorde sul-americano dos 80 m com barreiras na qualificação (11.3, sua melhor marca pessoal). No total, somou em sua carreira nove recordes brasileiros nesta prova e outros três no salto em distância (5,61 m foi sua melhor marca pessoal).
Conquistou dois títulos mundiais nos 300 m com barreiras máster. Após sofrer um AVC em 2016, a "dona Wanda", como era chamada, voltou a disputar a Taça Brasil Máster, aos 89 anos.
Wanda dos Santos será lembrada e reverenciada na história do Atletismo Brasil. Foi condecorada com a Medalha do Mérito, comenda concedida aos maiores atletas do país pela CBAt em 1989.
Leila Barros, presidente Comissão de Esporte
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O Atletismo Brasil integra a delegação do Comitê Olímpico do Brasil (COB) com 55 atletas e 13 oficiais - dentre eles 10 treinadores - que vai ao Paraguai para brigar por pódios, vagas no Pan de Lima em 2027 e por preparação aos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028
A equipe
O salto com vara é uma prova que chama a atenção do público pela beleza e será realizado logo no primeiro dia de disputas, em 31 de julho, quinta-feira, com entrada gratuita na pista do CPB (Km 11,5 da Imigrantes, Vila Guarani); é a segunda atleta do país a saltar tão alto na história
A brasileira saltou 4,68 m no meeting grego Fly Athens neste domingo (6/7), em prova realizada na rua e que teve como cenário o Estádio Panathinaiko, que recebeu o 1º Jogos Olímpicos da Era Moderna, em 1896; a atleta, que saltou 4,66 m e 4,63 m em junho, fez seu PB pela terceira vez em 35 dias