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Dia da Mulher e de falar em igualdade de gênero

08.03.2022  |    54 visualizações

Rosemar Coelho Neto, membro do Conselho de Administração da CBAt, Elisângela Adriano, coordenadora do Comitê Feminino, e Jaqueline Weber, vice-presidente da Comissão de Atletas, abordaram o tema no dia dedicado às lutas das mulheres em todo o mundo

Bragança Paulista - Rosemar Coelho Neto, 45 anos, medalhista olímpica, é a única mulher a integrar o Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), em sua segunda gestão, é mãe de Valentina, sua aluna no atletismo porque também é treinadora no Sesi, dando aulas em Registro e Miracatu, cidades do Vale do Ribeira, em São Paulo. O respeito que adquiriu de colegas homens e mulheres atribui também a uma característica de sua personalidade: a teimosia. Nunca desiste de algo que deseja e nunca recua por ser mulher.

A igualdade de gêneros que vem sendo adotada pela CBAt na convocação de seleções brasileiras, tanto de treinadoras quanto de integrantes de equipe multidisciplinar, é aplaudida por Rosemar nesse Dia Internacional da Mulher, dia 8 de março. A World Athletics também definiu como política de gestão atuar pela presença igualitária de mulheres e homens, 50% para cada gênero, na direção do atletismo mundial.

"É muito importante porque a gente vive até hoje num mundo machista", disse Rosemar. O que vem de uma cultura arraigada, na sua avaliação. "Vários pais e mães de adolescentes da área rural não deixaram suas filhas participarem de palestra porque o tema era o empoderamento da mulher. Acham que vão ser mulheres encrenqueiras, que vão arrumar confusão", contou. Rosemar disse que as mulheres podem estudar, se capacitar e ter o seu espaço. 

Comentou que a CBAt mudou. "Estou no meu segundo mandato no Conselho e sou ouvida e respeitada. Eu tenho voto e faço valer o meu voto", ressalta Rosemar, medalha de bronze com o revezamento 4x100 m nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Desde a primeira vez em que foi convidada pelos medalhistas olímpicos para atuar em favor do atletismo aceitou e buscou ainda mais capacitação - fez o curso de gestão do Comitê Olímpico do Brasil e é professora de Educação Física, com pós-graduação em Treinamento Esportivo.

Também em casa passa os ensinamentos para a pequena Valentina, que vai completar 7 anos, bisneta do bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva, no salto triplo nos Jogos de Helsinque-1952, Melbourne-1956, e cinco vezes recordista mundial da prova. A menina acorda cedo, estuda em tempo integral, faz atletismo duas vezes por semana, e pediu para estudar inglês. "Ela tem um orgulho imenso do bisavô, sempre conto a história do bicampeonato olímpico. E ela está sendo capacitada desde pequena", observa Rosemar.

Oportunidades - Elisângela Adriano, coordenadora do Comitê Feminino da CBAt, acha que houve evolução na entidade brasileira e também na World Atlhetics, nas três décadas que está no atletismo, desde que era atleta do arremesso do peso e lançamento do disco. "Queremos que tenham cada vez mais mulheres atuantes no atletismo, como atleta e treinadora e em todas as áreas. E isso a gente vem conseguindo alcançar por estarmos dando voz às mulheres", disse Elisângela, medalhista pan-americana.

Elisângela observou que olhar para uma seleção brasileira e ver que uma mulher é a treinadora-chefe mostra que a CBAt está dando oportunidade. "Precisa de capacitação? Precisa! Mas também temos muitas mulheres capacitadas no Brasil. E o que elas precisam? De oportunidade! E isso vem de encontro com que a CBAt está fazendo", afirma Elisângela, acrescentando, no entanto, que até o atletismo chegar aos 50% da presença de mulheres nos postos de comando que a WA fixou como meta, ainda há um longo caminho. "Mas temos parceria, principalmente com os homens que ajudam no caminho." Observou que a WA já tem uma vice-presidente mulher, a colombiana Ximena Restrepo. "As oportunidades têm de ser ofertadas."

Também Jaqueline Beatriz Weber, vice-presidente da Comissão de Atletas da CBAt, acha que as mulheres precisam de oportunidades. "Temos lutado por espaço no mercado de trabalho e cidadania", observou. "Vejo com bons olhos iniciativas da CBAt e da WA de buscar equidade de gênero em posições importantes. Já viajei, inclusive, em seleções em que tivemos dois treinadores-chefes. Só assim vamos amadurecer e entender", ressaltou.

Ainda há uma predominância do homem em postos de gestão e como treinadores constatou Jaqueline para dizer que também cabe as mulheres buscar espaço e mostrar trabalho. "A valorização do trabalho por parte de quem administra o esporte é muito importante para essa evolução, boa para a humanidade. Ainda há muito a evoluir, mas temos capacidade sim de estar em postos de comando no atletismo nacional e mundial."

Mensagem - "Eu quero agradecer a todas as mulheres que com sua doçura, sensibilidade e atenção aos detalhes vêm contribuindo com o desenvolvimento do atletismo nacional. Atletas, treinadoras, árbitras, integrantes de equipe multidisciplinar, gestoras e colaboradores da CBAt. A todas vocês os meus sinceros agradecimentos e cumprimentos. Tenho honrado o compromisso de lutar todos os dias pela equidade no atletismo, nunca tantas mulheres integraram as seleções brasileiras. Isso é mérito, é respeito, é valorização ao pertencimento" - Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da CBAt. 

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