Abril é ideal para se viajar a Brasília: o tempo não está tão seco, nem muito quente; o céu, de um azul sem marcas de poluição, se mostra ainda mais intenso e luminoso. É sob esse clima ameno e festivo, para atletas e público, que a capital brasileira receberá o Mundial de Marcha Atlética por Equipes, em 12 de abril de 2026. E, além da euforia de competir em casa, diante de familiares, amigos e torcida em geral, os atletas brasileiros se mostram eufóricos pela maior visibilidade que deve alcançar sua modalidade, já em ascensão puxada por Caio Bonfim – o medalha de prata nos 20 km da Olimpíada de Paris-2024 nasceu e vive em Sobradinho, ali mesmo no Distrito Federal.
Viviane Lyra, a carioca que lidera o ranking brasileiro dos 20 km da marcha atlética, se diz emocionada. Aos 31 anos e já com experiência olímpica (foi 18ª nos 20 km de Paris-2024 e 7ª na maratona em revezamento misto com Caio Bonfim), atesta que o Mundial em Brasília tem tudo para mostrar que o país ganhou um lugar no cenário internacional. Classifica a conquista como "histórica" e se mostra emocionada "por fazer parte disso".
A expectativa de competir em casa, assinala Viviane, é gratificante: "Vou me preparar para essa expectativa de ter família presente, torcida. Não será preciso viajar e se adaptar a fuso horário, clima, alimentação. A gente vai ter uma grande representatividade." Por tudo isso, a marchadora acredita em excelentes resultados dos brasileiros, destacando o trabalho da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) no trabalhoso processo da candidatura para o Mundial. "Vai ser bom não só para o alto rendimento, mas para difundir a marcha atlética ainda mais no País inteiro, incentivar a base, as novas gerações. Já estou vislumbrando o evento e vai ser magnífico. Fico muito emocionada."
Nascida em Blumenau (SC), Mayara Vicentainer segue na marcha em Balneário Camboriú, como atleta – aos 34 anos, lidera o ranking brasileiro dos 35 km – e também treinadora. Para ela, o Mundial contribuirá significativamente para a valorização da prova no Brasil. "Tive a oportunidade de participar das edições anteriores e estou contente por poder competir por uma vaga na próxima edição", afirma.
"Sempre contamos com grandes nomes na marcha atlética, que se destacaram em competições internacionais de relevância. Atualmente, o Brasil é lar de alguns dos melhores atletas do mundo nessa prova e a minha expectativa é que a realização do Mundial sirva como uma oportunidade para o público brasileiro conhecer e prestigiar esses atletas – tanto os que já marcaram história quanto os que continuam brilhando." Pessoalmente, segue Mayara, ter o Brasil como sede de um evento dessa magnitude "certamente será uma grande motivação para mim, pela honra de representar meu País em casa, em uma competição de importância global."
Atual segunda colocada no ranking dos 35 km, Elianay Pereira estará ainda mais "em casa" no Mundial – faz parte do Centro de Atletismo de Sobradinho e treina com Gianetti Oliveira de Sena Bonfim, ex-marchadora, técnica e mãe de Caio Bonfim. Perto de completar 41 anos agora em maio, integrou a comissão de atletas em uma das reuniões em Brasília, junto com representantes da World Athletics, "preparando documentação, checando requisitos, torcendo e mantendo a esperança do Brasil conseguir a sede do Mundial por Equipes em 2026, que só fica atrás de Mundial e Olimpíada".
Para ela, a participação brasileira com equipe completa, ao lado de grandes nomes internacionais, vai beneficiar principalmente os novos atletas do País. "A prata olímpica do Caio já deixou legado. Eu corri, saltei... para depois me tornar marchadora. Hoje já tem gente que chega querendo a marcha atlética. Brasília vai dar mais visibilidade, mais mídia. Mais gente vai assistir, conhecer e querer fazer. Vai valorizar ainda mais a modalidade."
A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) conduziu o projeto da candidatura, juntamente com o Governo do Distrito Federal, a Federação de Atletismo do Distrito Federal e a Caixa. A candidatura teve apoio do Governo Federal e do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.
Assessoria de Comunicação: Heleni Felippe (helenifelippe@cbat.org.br) e Maiara Dias Batista (maiara@cbat.org.br). Texto: Denise Mirás
Modalidade está em ascensão no País e evento internacional, daqui a um ano, despertará maior interesse; legado também atingirá a parte técnica e a arbitragem; este artigo fecha a série de reportagens publicadas a partir de 12/4/2025, há um ano do Mundial.
Juntamente com a nadadora olímpica Joanna Maranhão a velocista brasileira, medalha de bronze com o revezamento 4x100 m em Pequim-2028, recebeu a homenagem no encerramento do II Fórum Mulher no Esporte, em cerimônia realizada na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro
Marcelo Palma abriu o caminho em Seul-1988, para o País ter uma equipe completa, com seis atletas, e Caio Bonfim chegar à prata em Paris-2024 (veja neste artigo da série que remete ao Mundial de Brasília 2026)
Aos 90 anos, ex-marchador está feliz com o reconhecimento da modalidade a que se dedicou por mais de 40 anos; Mundial será disputado em 12 de abril do ano que vem, em Brasília (DF), feito inédito para o atletismo do hemisfério sul