Marcado para 12 de abril de 2026, o Mundial de Marcha Atlética por Equipes que será realizado em Brasília é visto até como uma homenagem à família Bonfim, que administra o Centro de Atletismo de Sobradinho, região administrativa do Distrito Federal hoje reconhecida como um marco na história da modalidade no Brasil.
O CASO teve seu início como projeto social em 1990, idealizado por João Evangelista de Sena Bonfim, que vinha do grupo de atletas que competiam pelo Sobradinho Esporte Clube. A prata olímpica de Caio Bonfim, filho de João e da ex-atleta e treinadora Gianetti, é resultado desses mais de 30 anos de trabalho de formação de atletas, que agora terão a principal competição internacional da marcha atlética "em casa".
Para João Sena, gestor e treinador do CASO assim como Gianetti, é importante agradecer o empenho dos dirigentes da Federação de Atletismo do Distrito Federal, da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e da Federação Sul-Americana de Atletismo em trazer a sede do Mundial para o Brasil – e do próprio Caio, medalha de prata na Olimpíada de Paris-2024 – com o tempo de 1:19.09, ficou a menos de 15 segundos do equatoriano Daniel Pintado, ouro com 1:18.55.
Sena lembra que "ninguém faz legado sozinho" e destaca que na região de Brasília há ao menos uma década de marchadores antes do CASO.
"Com o Mundial, nós vamos evoluir na parte técnica, na arbitragem. Mas ainda vamos adquirir uma coisa incrível – e não somente para Brasília, para o Brasil todo, para todo o continente americano: respeito. A marcha atlética pode chegar em um meeting europeu, nos grandes challengers, e dizerem: 'Ali tem um brasileiro'. Respeito que vai além do que a medalha olímpica representa", afirma. Sena lembra que São Paulo, Blumenau ou Recife poderiam sediar a competição, mas Brasília foi a escolhida "como consolidação de um trabalho sério".
Max Batista dos Santos, 30 anos e segundo colocado no ranking brasileiro dos 20 km, diz que ficou muito animado com a notícia de Brasília ter sido escolhida como sede, não apenas por ser uma competição desse nível no País, mas ainda melhor por ser "em casa". Também brasiliense e atleta do CASO treinado por Gianetti, Max disputou Paris-2024 e terminou a competição em 28º, com 1:22.16. O marchador afirma que "é gratificante ver o reconhecimento da marcha atlética brasileira no cenário mundial".
Matheus Gabriel de Liz Correa, 25 anos e primeiro do ranking brasileiro dos 35 km, destaca a importância de um evento com provas "muitas vezes mais fortes do que em Mundial e Jogos Olímpicos, com quatro ou cinco atletas de cada país entre os melhores do mundo", e mais ainda por ter a chance de ter a família toda na torcida. Paris-2024 foi a segunda Olimpíada de Matheus, 39º colocado nos 20 km com 1:24.25, baixando o tempo de 1:31.47 da 46ª colocação de Tóquio-2020. Matheus é atleta da AABLU e treina com Ivo da Silva, um dos mais longevos treinadores da marcha atlética no País.
Sobre o Mundial de Brasília, Matheus diz: "É a terra do Caio, da galera do CASO, todos agora em uma fase legal, de ascensão. De certa forma é uma homenagem para a equipe, estão todos crescendo tanto na marcha... Se já é uma alegria imensa para mim, que nem sou da região (é de Blumenau, Santa Catarina), imagina para o Caio, para eles." Matheus ainda observa que marcha atlética tem as melhores marcas de todos os tempos no Troféu Brasil e na Copa Brasil de 2024, e por isso espera resultados excelentes dos brasileiros no Mundial de 2026, individualmente e por equipes. “É uma oportunidade muito boa para deixar legado e não apenas para a marcha masculina como para a feminina, que também já está muito forte.”
A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) conduziu o projeto da candidatura, juntamente com o Governo do Distrito Federal, a Federação de Atletismo do Distrito Federal e a Caixa. A candidatura teve apoio do Governo Federal e do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.
Assessoria de Comunicação: Heleni Felippe (helenifelippe@cbat.org.br) e Maiara Dias Batista (maiara@cbat.org.br). Texto: Denise Mirás
O presidente do Conselho de Administração da CBAt Wlamir Motta Campos foi convidado para ir a Brasília para debater a Lei de Incentivo ao Esporte e as regras de uso de pistas de atletismo no País
Também os troféus aos clubes campeões são inspirados na única mulher na Olimpíada de Tóquio 1964, dona do melhor resultado olímpico feminino de todos os esportes até 1996, por 32 anos, e do atletismo por mais de quatro décadas; foi campeã brasileira várias vezes nos anos 60 e 70
O período de registro das candidaturas é de 25 dias - prossegue até o dia 18 de julho - e as inscrições são para: 1 atleta ou medalhista olímpico para compor o Conselho de Administração, um membro suplente para o Conselho Fiscal e 3 integrantes para o Conselho de Ética (1 efetivo e 2 suplentes)
A competição será realizada de 31 de julho a 3 de agosto, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, com entrada gratuita e transmissão ao vivo no Time Brasil e Canal Olímpico; uma oportunidade para a obtenção de índices e soma de pontos para o Mundial