O 20º Campeonato Mundial de Atletismo, disputado em Tóquio (Japão), começou com o Brasil no pódio: Caio Bonfim (CASO-DF) conquistou a medalha de prata na prova de abertura da competição, os 35 km da marcha atlética, na noite desta sexta-feira (12/9), pelo horário de Brasília, manhã de sábado (13/9) em Tóquio.
Caio tem, agora, três medalhas em Mundiais: a prata dos 35 km une-se aos dois bronzes conquistados nos 20 km em Budapeste-2023 e Londres-2017. Com o resultado, torna-se o brasileiro com mais medalhas em Mundiais, junto com Claudinei Quirino, que tem uma prata (200 m, Sevilha-1999) e dois bronzes (200 m, Atenas-1997, e 4x100 m, Sevilha, 1999).
No duro percurso de Tóquio, que tem enfrentado um dos verões mais quentes da história, o vice-campeão mundial fez sua melhor marca na temporada: 2:28:55. O campeão foi o canadense Evan Dunfee, com 2:28:22, e o japonês Hayato Katsuki conquistou o bronze com 2:29:16. O Brasil ainda teve Matheus Corrêa (AABLU-SC), que mesmo com as condições adversas, bateu seu recorde pessoal – foi 15º, com 2:36:35. Max Batista (CASO-DF) terminou na 27ª posição, também com recorde do ano (2:41:04).
Caio, de 34 anos, fez uma prova tática, sem perder muito contato com os líderes. A experiência, a estratégia e a resiliência fizeram com que o brasileiro pudesse manter a sua prova e aproveitar os erros e as quebras dos adversários que estavam à frente. Foram 35 km de muita luta, recompensados com uma medalha inédita.
"Eu lutei muito", disse Caio, exausto e emocionado, em entrevista ao SporTV. "A gente sabe o quanto é difícil chegar, e o quanto é difícil se manter entre os melhores do mundo. Depois de uma prata olímpica, como manter? Em 2022, em 2023, em 2024 eu ganhei medalhas. E hoje, além de ser uma medalha inédita, foi em uma prova inédita", lembrou o brasileiro, que foi 4º colocado na prova no Mundial de Eugene-2022, quando bateu o recorde nacional (2:25:14).
Caio relatou a dificuldade do percurso, em uma manhã de muito calor, tempo nublado e umidade altíssima. "Eu sofri muito. No km 28, 29, eu já não tinha mais o que dar. Eu só pensar em manter e terminar. Mas entrar no estádio... foi um sonho. A gente começa, lá atrás, sonhando com esse dia. Esse é o meu oitavo Mundial, e eu sou três vezes medalhista".
O medalhista agradeceu o apoio da Confederação Brasileira de Atletismo e do Comitê Olímpico do Brasil por ter "comprado seus sonhos". Caio mencionou a preparação para o Mundial, feita na altitude de Sierra Nevada, na Espanha. "Eu pedi preparação, fisiologista, fisioterapeuta, porque estou na melhor forma da minha vida e não posso errar. Quando acreditam em você, vem a pressão, mas a pressão é um privilégio. Quero agradecer a todos os que acreditaram para que eu pudesse fazer uma preparação boa, e fiz um trabalho lindo, de quatro semanas, em cima de uma montanha."
A temporada de 2025 do medalhista começou com um excelente resultado, e justamente no Japão: Caio disputou os 20 km do Campeonato Japonês, em Kobe, no dia 16 de fevereiro. Conquistou o terceiro lugar na prova com a marca de 1:17:37, melhorando o seu próprio recorde brasileiro. Depois, competiu outras seis vezes, em provas de 10 km e 20 km. No Troféu Brasil, assumiu a liderança do ranking mundial dos 20.000 metros.
Em julho, celebrou o nascimento de seu terceiro filho, Manuel. "Ganhei a medalha dele", brincou Caio, que é pai de Miguel e Theo – para eles, ficaram as duas primeiras medalhas mundiais conquistadas pelo pai multicampeão.
Caio ainda disputa a prova dos 20 km no Mundial, no dia 19 de setembro, sexta-feira, às 21:50 (de Brasília). Matheus Corrêa e Max Batista também estarão na prova. "A pressão saiu porque agora a gente já conquistou uma medalha. É fazer a recuperação para chegar da melhor maneira possível. E o que eu posso prometer para os 20 km é muita dedicação."
Na prova feminina, Viviane Lyra (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG), recordista brasileira da prova, conquistou a 13ª colocação, com o tempo de 2:51:16 – a espanhola María Pérez conquistou o bicampeonato em 2:39:01. "É uma grande colocação, sobretudo por causa do clima. Eu tive algumas dificuldades na prova, não me senti tão bem. Mas me fortaleceu para chegar forte nos 20 km. Estou feliz de estar aqui, e também pela medalha do Caio. Esperava mais, mas estou feliz".
O Brasil, que viajou com a equipe da marcha completa, também teve Mayara Vicentainer (IABC-SC) na 26ª posição (3:08:54) e Elianay Barbosa (CASO-DF), em 36º lugar (3:20:32).
As Loterias Caixa e a Caixa são patrocinadoras máster do Atletismo Brasil.
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