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Brasil fecha em Tóquio a melhor campanha em Mundiais de Atletismo

21.09.2025  |    374 visualizações

Foram três medalhas conquistadas (uma de ouro e duas de prata), em um total de 19 pódios em 20 edições; Caio Bonfim, com dois pódios, tornou-se o maior medalhista individual do Brasil em Mundiais, com quatro medalhas

O Atletismo Brasil fez sua melhor campanha em Campeonatos Mundiais de Atletismo – na 20ª edição, encerrada neste domingo (21/9), em Tóquio (Japão), foram conquistadas três medalhas: uma de ouro, com Caio Bonfim (CASO-DF) nos 20 km da marcha atlética, e duas de pratas, novamente com Caio Bonfim, mas nos 35 km, e com Alison dos Santos (Pinheiros-SP), nos 400 metros com barreiras.

O Brasil tem, agora, um total de 19 medalhas conquistadas em Mundiais ao ar livre. São três ouros (com Caio Bonfim, em Tóquio; Alison dos Santos, nos 400 metros com barreiras em Eugene-2022; e Fabiana Murer, no salto com vara em Daegu-2011), oito pratas e oito bronzes. E Caio Bonfim se isolou como o atleta brasileiro mais premiado em Mundiais – o ouro e a prata no Japão juntam-se aos dois bronzes dos 20 km conquistados em Londres-2017 e Budapeste-2023.

"O Mundial foi muito bom, estou muito feliz de termos feito a melhor campanha da história, desses 20 Campeonatos Mundiais", destacou Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e Chefe de Equipe da seleção brasileira em Tóquio.

"A gente precisa de ídolos que inspiram, que são referências e o Caio Bonfim tem sido fantástico", acrescentou Wlamir, lembrando que o Mundial de Tóquio mostrou a decisão acertada da CBAt de apresentar a candidatura e conquistar o direito de Brasília, no Distrito Federal, ser a sede do Mundial de Marcha Atlética por Equipes, em 2026. Caio Bonfim vive em Sobradinho-DF.

O Brasil já havia conquistado três medalhas em um Mundial, na edição de Sevilha (Espanha), em 1999. Na ocasião, foram duas pratas, com Claudinei Quirino (200 m) e Sanderlei Parrela (400 m), e um bronze, com o revezamento 4x100 m. Até antes de Tóquio, o ex-velocista Claudinei Quirino era o maior medalhista individual do Brasil em Mundiais – além das medalhas em Sevilha-1999, também foi bronze nos 200 metros em Atenas-1997.

A delegação brasileira em Tóquio foi composta de 67 integrantes: 47 atletas (20 mulheres e 27 homens), 10 treinadores (com Gianetti Sena Bonfim e Sanderlei Parrela como treinadores-chefe), cinco integrantes da Comissão Multidisciplinar e cinco oficiais. Mais de 2.000 atletas de cerca de 200 países participaram da edição japonesa do Mundial.

No Medal Table, o Brasil terminou o Mundial na 13ª posição, a partir da contagem de ouros e total de medalhas – Estados Unidos foi o 1º, com 26 medalhas (16 ouros), Quênia ficou em 2º, com 11 medalhas (sete ouros) e o Canadá foi 3º, com cinco medalhas (três ouros), em um total de 53 países que medalharam no Mundial.

Já no Placing Table (que contabiliza, em pontos, os resultados de primeiro a oitavo lugares), o Brasil ficou na 22ª posição, com 22 pontos – Estados Unidos (308 pontos), Quênia (118) e Jamaica (98) foram os três primeiros, e 74 países pontuaram em Tóquio.

Além dos atletas medalhistas, o Brasil participou de duas finais, com atletas estreantes na disputa por medalhas em Mundiais. Izabela Rodrigues da Silva (IEMA-SP) terminou a final do lançamento do disco na 9ª posição (63,22 m). E Juliana de Menis Campos (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG) recolocou o Brasil em uma final do salto com vara feminino após dez anos – na final, ela não teve saltos válidos.

"Estou muito feliz também porque a margem de crescimento do Brasil é gigante", avaliou Wlamir Motta Campos. "Além da Juliana e da Izabela, temos, por exemplo, o Luiz Maurício (do lançamento do dardo) e vários outros atletas que irão performar. É questão de ajuste, de sintonia fina". 

Outros quatro atletas, três estreantes em Mundiais, foram semifinalistas. Nos 400 metros com barreiras, Matheus Lima (Pinheiros-SP) e Guilherme Viana (Orcampi-SP) foram 10º (48.16) e 17º (49.01) do mundo, respectivamente. Guilherme ainda conquistou seu recorde pessoal na eliminatória (48.69), melhorando sua marca pela quinta vez no ano.

Nos 110 metros com barreiras, Thiago Ornelas (AE Taubaté-SP) terminou seu primeiro Mundial em 19º (13.58), e Eduardo de Deus (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG), em sua quarta participação, foi o 21º, com 13.91.

Balotelli melhora resultado no decatlo

Nas últimas participações do Brasil em Tóquio, destaque para o decatlo, com José Fernando Ferreira, o Balotelli (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG), que finalizou a prova combinada na 13ª posição.

O decatleta, treinado por Neilton Moura, fez sua segunda participação em Mundiais, e melhorou uma posição em relação a Budapeste-2023, quando foi 14º. Em Tóquio, o brasileiro somou 7.927 pontos, o melhor resultado de 2025. Entre as dez provas, fez seu recorde pessoal nos 110 metros com barreiras – 13.85 (1.1) – e melhor tempo do ano nos 400 metros (49.78) e nos 1.500 m (4:59.87).

No arremesso do peso feminino, Ana Caroline Silva (Praia Clube-Exército-CEMIG-Futel-MG) foi 17ª do seu grupo na qualificação, com a marca de 16,40 m. No lançamento do disco masculino, Wellinton Fernandes da Cruz Filho (Pinheiros-SP) foi o 15º do grupo, com 59,16 m. 

Os Números

Medalhas
Caio Bonfim – ouro nos 20 km marcha atlética
Caio Bonfim – prata nos 35 km marcha atlética
Alison dos Santos – prata nos 400 m com barreiras

Finais
Alison dos Santos – 400 metros com barreiras
Izabela Rodrigues da Silva – lançamento do disco
Juliana Menis de Campos – salto com vara

Semifinais
Matheus Lima – 400 m com barreiras
Guilherme Viana – 400 m com barreiras
Thiago Resende – 110 m com barreiras
Eduardo de Deus – 110 m com barreiras

As Loterias Caixa e a Caixa são patrocinadoras máster do Atletismo Brasil.

Assessoria de Comunicação: Heleni Felippe (helenifelippe@cbat.org.br) e Maiara Dias Batista (maiara@cbat.org.br). 

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