Capa

Em prova inédita, Brasil conquista medalha de bronze na marcha atlética

04.11.2023  |    360 visualizações

Caio Bonfim e Viviane Lyra completaram a maratona de revezamento misto, em 3:02:14; a prova, que estará nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, foi disputada pela primeira vez na história do Pan-Americano, neste sábado (4/11), em Santiago, no Chile

Santiago - O Brasil, representado por Caio Bonfim e Viviane Lyra, conquistou na manhã deste sábado (4/11) a medalha de bronze na maratona de marcha atlética em revezamento misto, prova que estreou em Jogos Pan-Americanos, em Santiago, e estará nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A prova de 42,195 km foi disputada num circuito montado na Explanada do Campo de Marte, na capital chilena.

A equipe brasileira completou o percurso em 3:02:14. Foi a segunda medalha nacional na marcha atlética neste Pan. A primeira foi alcançada por Caio Bonfim, no dia 29 de outubro, nos 20 km, com a prata (1:19:56).

Oito equipes participaram do evento, que teve largada às 7:30, com os homens, com sol e temperatura em torno de 18 graus. O Equador, com Bryan Pintado e Glenda Morejon, foi o campeão, com 2:56:49, estabelecendo o recorde da competição, seguido do Peru, com Cesar Rodriguez e Kimberly Garcia, com o tempo de 3:01:14.

Caio (CASO-DF) completou a primeira perna na liderança e Viviane (Praia Clube/Exército/Futel-MG) entregou em terceiro lugar na segunda. Na terceira perna, Caio terminou sua participação em segundo lugar e Viviane completou a prova, garantindo o bronze.

“Fomos a única dupla em que os dois atletas disputaram os 20 km no domingo. Demos o nosso máximo. A Viviane teve adversárias fortíssimas e foi guerreira. É diferente conhecer uma prova que vai estar nos Jogos, a menos de um ano da Olimpíada”, comentou Caio, brasiliense de 32 anos. “Brigar por medalha nas Américas, onde a marcha é muito forte, é excelente e nos anima para os Jogos de Paris.”

Para o ganhador de duas medalhas de bronze em Campeonatos Mundiais (Londres-2017 e Budapeste-2023), o Brasil ganhou o ouro na parte técnica. “Fechamos sem advertências, o que é difícil. No individual, cada atleta pode tomar duas punições, mas aqui só podíamos ter duas por equipe. O Peru teve duas advertências e quase teve de pagar três minutos no pit lane”, disse Caio.

“A gente deu mesmo o melhor, não brincamos. Foi um teste, um treino de luxo e voltamos para casa com medalha”, completou o marchador que fez questão de agradecer o trabalho dos biomecânicos e dos massoterapeutas do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que ajudaram na recuperação física, além da CBAt e seu patrocinador pelo camping em altitude em Bogotá, na Colômbia, antes do Pan. A treinadora de Caio é sua mãe Gianetti Bonfim.

Viviane, quarta colocada nos 20 km, ficou feliz por comemorar sua primeira medalha em seu segundo Pan. “Tentei forçar a Kimberly a tomar a terceira punição, mas não deu”, lembrou a carioca de 30 anos, referindo-se à campeã mundial do Oregon-2022 e ouro no domingo. “Foi muito legal competir junto com o Caio, que é o nosso maior ídolo na marcha. Agora é focar na próxima temporada. Rumo a Paris.”

Viviane Lyra é originária de provas mais longas. Tanto assim que é recordista brasileira dos 50 km (4:22:46) e dos 35 km (2:44:40). Primeiro, Viviane teve de migrar dos 50 km para os 35 km e agora passou a fazer 20 km, prova que exige mais velocidade e mesmo assim a atleta terminou em quarto lugar no domingo.

Viviane treina com Luís Paulo Ferreira Porto, seu marido, e já garantiu o índice olímpico, obtido no Mundial de Budapeste, com 1:28:36 (recorde pessoal). No revezamento, o sacrifício foi ainda maior e teve de fazer duas pernas de 10 km, a última delas com sol forte - passou mal e teve de ir ao banheiro algumas vezes para vomitar nos intervalos, tamanho o esforço.

A maratona de revezamento misto já foi aprovada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a pedido da World Athletics. A competição terá 25 duplas (um homem e uma mulher, que marcharão quatro pernas). A distância dos 42.195m foi selecionada pela tradição e popularidade da maratona e será disputada no dia 7 de agosto de 2024, seis dias após os 20 km, num percurso montado na área da Torre Eifel de Paris.

O Grupo Prevent Senior patrocina o atletismo brasileiro, oferece medicina esportiva de precisão e estilo de vida para os que se ligam no esporte e apoio às competições.

As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.

Assessoria de Comunicação: Heleni Felippe - helenifelippe@cbat.org.br - (11) 99114-1893 e (11) 99142-2951; João Pedro Nunes - joaonunes@cbat.org.br - (11) 948245812 e Maiara Dias Batista - maiara@cbat.org.br - (11) 99127-2369.

Leia também...
03.08.2025

A velocista de Macaé deu um grito no meio da pista quando ouviu o locutor anunciar o recorde brasileiro sub-18 (23.30) e a prata nos 200 m; o atleta chorou abraçado ao treinador e comemorou com os amigos do Sesi-SP a melhora de sua marca pessoal (20.41), que vinha perseguindo há três anos

03.08.2025

No último dia do Troféu Brasil, Viviane garantiu a qualificação para o Mundial de Tóquio, em setembro, com recorde brasileiro e sul-americano dos 35 km, e Max Batista bateu o recorde nacional e garantiu pontos importantes no ranking Road to Tokyo, da World Athletics

02.08.2025

Fundista de 23 anos cumpre seus objetivos, com dois ouros e melhora de marca; competição termina no domingo (4/8), no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo

02.08.2025

Piu deu a notícia durante a transmissão da 5ª etapa, neste sábado (2/8), na TV Atletismo Brasil; o carreirista disputou a competição duas vezes, em 2018 e 2019, e apesar dos grandes resultados internacionais, nunca foi campeão brasileiro adulto