Capa

Revezamento 4x100 m masculino, com três medalhas olímpicas, é o recordista de pódios nas pistas

27.07.2024  |    1.072 visualizações

Time brasileiro reuniu várias gerações de velocistas e, reconhecido pela eficiência na passagem de bastão, conquistou uma prata (Sydney-2000) e dois bronzes (Atlanta-1996 e Pequim-2008)

O revezamento 4x100 m é a segunda prova com o maior número de medalhas conquistadas pelo atletismo brasileiro, e a que mais ganhou pódios na pista. São quatro, três com os homens e um com as mulheres. Mais que isso, só o salto triplo, com seis medalhas olímpicas

A prova do 4x100 m masculino estreou no programa olímpico nos Jogos de Estocolmo-1912. Mas a primeira participação brasileira foi apenas nos Jogos de Londres, em 1948, quando o time parou nas eliminatórias. Depois, o Brasil voltou a disputar o revezamento em Melbourne-1956, quando chegou na semifinal. 

Um longo hiato se deu até os Jogos de Moscou, em 1980, quando o Brasil voltou a classificar um time para o 4x100 m. E foi na Olimpíada disputada na União Soviética que o país disputou, pela primeira vez, a final da prova. Com Milton Costa de Castro, Nelson Rocha dos Santos, Katsuhico Nakaya e Altevir de Araújo Filho, o Brasil foi 8º colocado (39.54).

Nelsinho e Nakaya estavam no time que repetiu a mesma posição na final de Los Angeles-1984, 8º (39.40). Completaram a equipe os jovens Arnaldo de Oliveira e Paulo Roberto Correia, além de Robson Caetano, de 19 anos, que correu as eliminatórias. 

Foram mais duas edições sem participação na prova por equipe. Até que o Brasil se classificou para a Olimpíada de Atlanta, em 1996. Com a mescla da experiência de Arnaldo Oliveira e Robson Caetano, que disputavam a quarta Olimpíada da carreira, e a juventude de Edson Luciano Ribeiro (estreante) e André Domingos (na segunda participação olímpica), o Brasil foi pela primeira vez ao pódio. 

A medalha de bronze foi conquistada no dia 3 de agosto. Na final, o Brasil fez a volta na pista do Estádio Olímpico do Centenário em 38.41, recorde sul-americano – na semifinal, a equipe tinha feito 38.42. Foi a única medalha do atletismo brasileiro naquela edição, conquistada no último dia de provas.

"Atlanta abriu o caminho para outras medalhas. Foi maravilhoso. Chegamos como patinhos feios, comemos pelas beiradas e batemos nossos recordes na semifinal e na final", relembrou André Domingos, último homem do revezamento.

A partir dessa conquista, a eficiência na passagem de bastão se tornou uma marca registrada do revezamento masculino brasileiro. Tanto que o time venceu os Jogos Pan-Americanos de Winnipeg e foi bronze no Mundial de Sevilha, ambos em 1999. Logo, era grande a expectativa pela participação nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000.

Naquela vez, os veteranos eram Edson Luciano Ribeiro e André Domingos. Juntaram-se à equipe Vicente Lenílson, Claudinei Quirino e Cláudio Roberto de Souza, que correu a semifinal. A decisão ocorreu no dia 30 de setembro, e o Brasil voou pelo Estádio Olímpico de Sydney. Com a marca de 37.90, que foi recorde sul-americano por 19 anos, ganhou a medalha de prata e ficou atrás apenas dos poderosos norte-americanos.

"O que eu sei e lembro eu vejo nos vídeos, porque foi tudo no automático. Para ser sincero, lembro de flashes da volta olímpica e do mortal de costas que dei antes de subir no pódio. Nossa equipe tinha a melhor passagem de bastão do mundo, sem exageros. Não éramos os mais rápidos, mas éramos os mais técnicos", lembra Edson Luciano.

A terceira medalha brasileira veio oficialmente apenas em 2019, com mais de uma década de atraso. Na Olimpíada de Pequim-2008, o time formado por Vicente Lenílson, Sandro Viana, Bruno Lins e José Carlos "Codó" Moreira correu a pista do Ninho do Pássaro em 38.24 e terminou na quarta posição.

Mas, em uma reanálise de amostras, o jamaicano Nesta Carter teve um resultado positivo para doping. O país campeão foi desclassificado e o Brasil teve, assim, o bronze confirmado. A entrega das medalhas aconteceu em 31 de outubro de 2019, em cerimônia realizada no Museu Olímpico, em Lausanne, na Suíça.

Vicente Lenílson, que já tinha a prata de Sydney-2000, recebeu a sua segunda medalha. “É um momento único. Me junto ao grupo restrito de brasileiros com duas medalhas. Só tenho a agradecer a todos que lutaram para que essa justiça fosse feita", disse, na cerimônia de entrega.

Leia as outras reportagens sobre o Atletismo Brasil nos Jogos Olímpicos:

Há 100 anos, em Paris, atletismo do Brasil iniciava sua história nos Jogos Olímpicos

José Telles da Conceição, o primeiro medalhista olímpico do atletismo brasileiro

Ouros de Adhemar Ferreira da Silva inauguraram dinastia olímpica do salto triplo

Campeão em Los Angeles-1984, Joaquim Cruz relembra conquista que completa 40 anos

Robson Caetano conquistou dois bronzes olímpicos e marcas inéditas para o Brasil

A NewOn é patrocinadora do atletismo brasileiro oferecendo medicina esportiva de precisão e estilo de vida para os que se ligam no esporte e apoio às competições.

As Loterias Caixa são a patrocinadora máster do atletismo brasileiro.

Assessoria de Comunicação: Heleni Felippe (helenifelippe@cbat.org.br) e Maiara Dias Batista (maiara@cbat.org.br).

Leia também...
29.10.2024

O atleta conquistou o ouro na Gymnasíade do Bahrein, nesta terça-feira (29/10), com a marca de 20,59 m; ainda compete no Sul-Americano de San Luis (Argentina) em dezembro com o Atletismo Brasil

28.10.2024

A Nota Oficial 167/2024 também traz orientações para os profissionais que vão fazer os cursos de Marcha Atlética, Meio-Fundo e Fundo e Provas Combinadas, todos em novembro, no Centro Nacional Loterias Caixa de Desenvolvimento do Atletismo, em Bragança Paulista (São Paulo)

28.10.2024

A saltadora, que é recordista nacional da categoria do distância e triplo, disputa a competição que será realizada de sexta-feira a domingo (1 a 3/11), na Vila Olímpica da Parayba, em João Pessoa, com transmissão da TV Atletismo Brasil

28.10.2024

O treinador Elson Miranda, que preparou a campeã mundial e o campeão olímpico Thiago Braz, foi o principal ministrante; na prova realizada para encerrar a atividade o melhor colocado foi o campeão brasileiro Lucas Alisson Pedro